Você tem o direito de se defender, de defender sua vida, a da sua família e também o seu patrimônio, principalmente em um momento em que o bem comum deixa de estar acima dos interesses particulares e desanda a lei da selva, a lei do mais forte.

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Esta campanha a favor do desarmamento é enganosa, pois se vale da ambigüidade da arma, que simboliza, a um só tempo, um instrumento da defesa e do ataque. Muitas vezes um tiro de advertência salva uma família. Mas as balas que salvam não são manchetes de jornais.

Dos defensores de plantão do desarmamento ouvimos discursos baseados em argumentos emocionais e que revelam objetivos não declarados, com um forte apelo de acabar com a violência. Em que pese o número de portes de armas no país ser insignificante, eles responsabilizam pela violência os cidadãos legalmente armados e tentam nos convencer a aprovar uma conseqüência que nada tem a ver com a causa, encobrindo o verdadeiro problema.

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O governo não informa que o porte de armas não é licença para matar. E, estranhamente, não expressa a relação assustadoramente proporcional entre violência e desigualdade social e que a mesma não ocorre entre desarmamento e violência. Ele deveria, portanto, parar com essa campanha demagógica e optar por uma política econômica que não produza a violência silenciosa, porém não menos cruel, da progressiva condenação das pessoas à exclusão social por meio da concentração de renda.

Desarmar os cidadãos de bem de uma sociedade não é sinônimo de pacificá-la. O que mata no Brasil é a arma ilegal, com 80% dos crimes cometidos por reincidentes. Portanto, a proibição de armas não terá qualquer efeito sobre o inventário do armamento disponível para a criminalidade. As armas que matam não são adquiridas em lojas, com incidência de ICMS, PIS, Cofins, pagamento de taxa correspondente, com comprovante de residência, de bons antecedentes e equilíbrio emocional. O governo ignora que a proibição do comércio legal de armas provocará efeitos semelhantes aos produzidos pela lei seca nos EUA. Ou seja, o uso ilegal aumentará em escala exponencial, da mesma forma que aconteceu com o comércio e consumo de bebidas naquele país.

A população elegeu a área de segurança como prioritária para investimento público, segundo pesquisa realizada no mês passado pela Prefeitura de Curitiba. Ou seja, os curitibanos elegem o combate à insegurança como fundamental. Com a campanha a favor do desarmamento, o governo federal coloca-se como promotor da paz. Mas, não informa que impôs um corte de R$ 242 milhões, equivalente a 58% da dotação, no Fundo Nacional de Segurança Pública, que tem por objetivo a compra de armas, veículos e o treinamento de policiais, para a proteção dos cidadãos. O governo cortou também R$ 36,1 milhões no orçamento da Polícia Federal e R$ 53,6 milhões na Polícia Rodoviária. A falência do Estado em segurança pública é demonstrada por pesquisas: no Brasil, menos de 2% dos assassinos são punidos; nos EUA, este número é de 98,5%. O título que a ONU nos deu – o país que mais mata com armas de fogo no mundo – só confirma a impunidade, uma vez que o Brasil é um país que dificulta o porte de armas.

Causa estranheza o fato de um governo cortar, sem alarde, claro, o orçamento da Segurança Pública (para a alegria do criminoso) e insistir no referendo sobre o desarmamento (de cidadãos dentro da lei), que custará aos cofres públicos R$ 500 milhões, segundo a Justiça Eleitoral. Seria mais decente utilizar esses milhões para melhorar a segurança pública e permitir que não só as pessoas que possuam recursos para andar com seguranças armados possam se sentir seguros. Caso contrário, teremos aqueles que pagam impostos (os contribuintes, que não podem portar armas) e aqueles que vivem de impostos (autoridades, com guarda-costas para si, para suas famílias e para seu patrimônio, pagos pelos contribuintes). Aos primeiros, será negado o direito à legítima defesa e aos outros, ele será assegurado de vez.

Não por acaso, o vice-presidente do Supremo Tribunal Militar, o ministro Flávio Bierrembach, declarou ser contra o referendo, porque estão desarmando o cidadão que paga impostos e cumpre seus deveres. Classificando a aprovação do referendo como um "absurdo jurídico", ele afirma que o cidadão de bem tem o direito de possuir uma arma para se defender dos criminosos.

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É de nosso conhecimento que os marginais evitam atacar locais onde há pessoas armadas. Atualmente, são incapazes de distinguir em quais residências há ou não pessoas armadas. Com o desarmamento, esta certeza será dada a eles. Se você optar pelo desarmamento, facilite a vida dos bandidos e coloque na frente de sua casa, ou de seu escritório, um vistoso cartaz que indique: "Aqui não há armas!"