No dia 3 de outubro do ano corrente, os brasileiros retornarão às urnas – dever cívico obrigatório como se uma eleição fosse – para que o eleitor possa externar sua opinião contra ou a favor o desarmamento no Brasil. O referendo será necessário pela importância do assunto e pela divisão de opiniões da população.

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A tese dos defensores do desarmamento visa a reduzir ou minimizar o número de homicídios e suicídios que ocorrem por motivos fúteis e involuntários, cujas vidas ceifadas pelo uso indevido dessas armas poderiam ser poupadas.

Os que se colocam contra a tese do desarmamento sustentam que a arma serve para defesa pessoal e, ao desarmar as pessoas de bem, estar-se-á armando ainda mais os criminosos, já que estes nunca serão desarmados.

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Com todo respeito aos que são favoráveis à manutenção das armas nas residências ou nos automóveis dos brasileiros, perfilho-me dentre os que não sabem o que é pior, se armar o bandido pela imperícia do proprietário dela ou presenciar o desespero de um pai pela perda irreparável do filho por um disparo acidental de uma dessas armas. Não vislumbro pena mais grave e pesada a ser cumprida.

Além de o perigo que a arma de fogo representa pelo seu efeito fulminante, provoca ela uma verdadeira metamorfose no estado psíquico de quem a ostenta tal como ocorre com os efeitos produzidos pela ingestão de bebida alcoólica ou drogas afins, as quais servem para encorajar os covardes e silenciar os diálogos, em cuja disputa sem vencedor uma das partes perde a vida e a outra a liberdade.

Para que a entrega voluntária das armas não nos torne reféns, vulneráveis e submissos perante os criminosos, e, para que possamos acreditar ser o desarmamento uma medida alvissareira para o presente e mais ainda para o futuro, necessário que o Estado promova o desarmamento compulsório dos que utilizam armas de fogo para tirar a vida e o sossego de quem quer viver e em paz.