Mais de 120 milhões de brasileiros, dentre os quais 7 milhões de paranaenses, vão às urnas hoje escolher o político a quem delegarão democraticamente o poder de administrar o país e o estado pelos próximos quatro anos. O gesto mecânico da escolha é muito simples basta pressionar algumas poucas teclas da urna eletrônica e a vontade de cada eleitor estará registrada. Difícil mesmo foi o caminho percorrido durante a campanha por esses eleitores, submetidos nesse tempo a um penoso e conturbado processo para identificar nos candidatos aquele que, por sua formação de caráter, por seu pensamento político-ideológico e por sua experiência, supostamente apresentaria o melhor conjunto de qualidades.
Embora contaminada por técnicas de persuasão de vezo primário e, no mais das vezes, com conteúdo populista, a propaganda eleitoral, massificada no horário gratuito de rádio e tevê durante quase dois meses, certamente forneceu pistas para o eleitorado elaborar conceitos mínimos a respeito das qualidades pessoais dos postulantes à Presidência da República e ao governo estadual, assim como das propostas que apresentaram.
A Gazeta do Povo, com sua tradição de quase nove décadas de permanente defesa dos interesses paranistas, procurou oferecer sua parcela de contribuição para o esclarecimento da opinião pública, abrindo generosamente suas páginas para a cobertura de todos os fatos importantes que permearam a campanha. Pluralista, concedeu espaço para a apresentação, o debate e a análise das idéias e propostas de todos os partidos, candidatos e correntes políticas. Mas também não se furtou de opinar sobre o lhe pareceu mais relevante no contexto eleitoral.
Entendemos que imprensa e cidadania são indissociáveis num ambiente genuinamente democrático. Por isso, o jornal tratou de cumprir a parte que lhe cabe no exercício do papel social destinado aos meios de comunicação ou seja, o de disponibilizar a informação necessária à formação da consciência crítica e coletiva do eleitorado frente ao quadro sobre o qual, mediante os votos que depositará nas urnas hoje, é chamado a decidir.
No noticiário cotidiano, nas reportagens, nas entrevistas, na análise e na interpretação dos fatos, na crítica ou no elogio, nosso jornal procurou sempre disponibilizar elementos e ressaltar o que, pelo senso comum, se entende devam ser as virtudes primordiais do administrador público de modo especial no que concerne ao comportamento ético de cada um, aos seus compromissos para a promoção do desenvolvimento humano, social e econômico, ao respeito ao contribuinte e à sua capacidade de coordenação e liderança no processo de governar.
Acreditamos não haver quem, em sã consciência e desprovido de preconceitos ou de partidarismos movidos a interesses pessoais, possa discordar das qualidades que precisam estar presentes nas pessoas a serem escolhidas para governar o estado e o país. É pelo exame de tais critérios que o eleitor deve intimamente se aconselhar para firmar seu juízo e, ao final, fazer a melhor escolha neste domingo.