Quando uma empresa é ineficiente, o resultado é a falência. Quando o governo é ineficiente, o resultado é apenas sofrimento e pobreza, já que a lei de falência não se aplica aos entes estatais. Não sendo possível extinguir o Estado em razão de mau desempenho, duas conseqüências se perpetuam: o mal continua e a pobreza é aumentada.
A ineficiência de uma empresa é identificada facilmente pela contabilidade e pelo fluxo de caixa. Já o mau desempenho do setor público pode ser escamoteado e, até mesmo, apresentado como algo bom. Segundo noticiado pela imprensa, o Ministro do Planejamento advertiu ao Presidente Lula de que mesmo que sejam resolvidos os problemas com controladores de vôo e que se modernizem os equipamentos de monitoramento do espaço, em três anos o país poderá ter um apagão aéreo pela falta de investimentos nos aeroportos do país.
Durante décadas, políticos estatizantes e intelectuais socialistas convenceram a sociedade de que a privatização é sempre um mal e que a estatização é um bem em si mesma. Por ironia do destino, coube ao mais radical dos partidos estatizantes, o PT, enfrentar o fato de que é preciso com urgência privatizar uma série de investimentos e atividades no sistema de transporte aéreo. Medidas nesse sentido já vêm sendo anunciadas, ainda que de forma inicial, pois está ficando claro que a não-privatização gerou uma grande ineficiência estatal no sistema, pelos baixos investimentos governamentais e pela rejeição de investimentos privados nacionais e estrangeiros.
O que assusta é notar que a carga tributária brasileira passou de 26% da renda nacional em 1995 para mais de 38% atualmente, cujo dinheiro foi usado para aumentar os programas sociais assistencialistas e inchar a máquina administrativa pública, sobrando poucos recursos para investimentos em infra-estrutura. Esse foi o grande erro. O mal torna-se mais cruel quando tudo isso é apresentado como um bem, de forma a induzir grande parcela da sociedade a se colocar fervorosamente contra a privatização e a rejeitar o dinheiro privado em obras de infra-estrutura. No campo político-ideológico, o Brasil esmerou-se em escolher os inimigos errados, em ver o bem onde ele não existe e enxergar o mal aonde ele nunca aportou. É uma deformação cultural e política, levada a efeito com a farta contribuição de intelectuais socialistas, militantes sindicalistas, políticos oportunistas e burocratas corporativistas, todos travestidos de idealistas e defensores dos pobres.
Lula, percebendo o abismo no qual o governo pode enterrar o Brasil, parece que vai abandonar de vez os vestígios de crença radical nos benefícios da estatização e da rejeição à privatização, chamando investidores privados nacionais e estrangeiros a colocarem seu dinheiro em projetos de infra-estrutura, para tentar evitar o caos, já que pobreza, sofrimento e desemprego são crueldades das quais não nos livraremos tão cedo. Se fosse uma empresa, o governo teria falido e encerrado suas atividades há muito tempo.
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