O Brasil é um país de leis que pegam e de leis que não pegam, como diz o professor Belmiro Valverde em seu O Brasil não é para amadores – livro em que desenvolve a tese de que, para entender essa nova pátria só mesmo sendo profissional. Pois bem: dentre tantas leis que "não pegam", apareceu uma agora que "pegou": a lei seca. Quase dois meses após sua edição, são extremamente positivos os seus resultados. Até os postes da Copel são testemunhas dessa verdade, pois muitos deles deixaram de cair vítimas de motoristas embriagados e seus carros descontrolados. Mas os postes não são importantes diante das vidas humanas salvas desde que, com medo da fiscalização e das rigorosas sanções previstas na lei – prisão, apreensão do veículo, perda da carteira de habilitação –, os motoristas brasileiros passaram a abster-se do consumo de bebidas alcoólicas. Reportagem deste jornal publicada ontem faz um balanço desses resultados, e o mais significativo deles é a redução em 30% no número de mortes nas rodovias federais que cortam o Paraná. A lei pegou. Agora a questão passou a ser outra: por quanto tempo?

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