Ainda que não se esperem resultados muito auspiciosos, pelo menos no curto prazo, não deixa de causar expectativa a visita que o presidente norte-americano Barack Obama fará ao Brasil a partir do próximo dia 19. Sintomática a sua vinda passados pouco mais de dois meses da posse de Dilma Rousseff e da já manifestada vontade da presidente brasileira de manter um diálogo mais estreito e estratégico com os Estados Unidos. Inegável que nos oito anos de governo Lula verificou-se um distanciamento nas relações diplomáticas entre os dois países. Contribuiu a explícita intenção da diplomacia lulista de, na disposição de aumentar o protagonismo brasileiro no mundo, ter garimpado apoios e de ter apoiado governos em rota de colisão com os Estados Unidos, como os da Venezuela e do Irã. Pelos lados de Washington, a crítica feita a Obama é de ter relegado os parceiros sul-americanos a um segundo plano diante da prioridade internacional dada a ameaça nuclear iraniana e norte-coreana e às guerras no Iraque e Afeganistão; abacaxis, herdados da malfadada administração Bush.
Com isso, a vinda do mandatário norte-americano objetivaria a recuperação do terreno diplomático perdido pelos Estados Unidos no continente. Para tanto, a guinada na política externa brasileira que se prenuncia com Dilma, de menos benevolência com ditaduras e regimes pseudo-democráticos, tende a ser um fator facilitador nas conversas. Afinal, tradicionais parceiros no cenário internacional, Brasil e Estados Unidos têm mais a perder na falta de um diálogo mais estreito e produtivo. A começar pelo comércio comum, onde os interesses mútuos são de primeira grandeza, ainda que existam barreiras a serem superadas.
Uma delas é o desequilíbrio na balança comercial, que se mostra amplamente desfavorável ao Brasil. Em 2010, o volume das importações de produtos norte-americanos superou as exportações brasileiras para aquele país em US$ 7,73 bilhões. O aumento da presença de manufaturados brasileiros nos Estados Unidos é o caminho defendido por Brasília e que será colocado na agenda de conversações entre Dilma e Obama. A posição de liderança do Brasil no contexto da América do Sul e o manifestado interesse da Casa Branca em reposicionar as relações bilaterais permitem antecipar caminhos mais produtivos entre os dois países. Isso é o que se espera com a visita de Obama.
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