O Brasil mostrou, novamente, que toma posições equivocadas sobre seu papel nas relações internacionais. Na última sexta-feira, absteve-se da votação de uma resolução das Nações Unidas contra as violações de direitos humanos no Irã. Ao mesmo tempo em que entra em confronto com os Estados Unidos, ao abster-se, o Brasil se cala diante de um país que sentencia mulheres a morrerem apedrejadas. O caso da iraniana Sakineh Mohamadi é emblemático, porém não é o único. Mãe de dois filhos, Sakineh recebeu 99 chicotadas quando a Justiça iraniana anunciou a sentença. Presa desde 2006, foi agredida violentamente e torturada para que aceitasse admitir a culpa. Não são de hoje as trapalhadas do Itamaraty quando se trata de assunto internacional. As posições do Brasil de apoio ao ex-presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, o alinhamento do governo à política autoritária de Hugo Chávez, na Venezuela, são expressões do amadorismo diplomático que precisa ser corrigido pela presidente eleita, Dilma Rousseff.
EDITORIAL 2