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Editorial

Alerta da mudança climática

A abertura da Semana Mundial da Água, em Estocolmo, deu o mote para discutir a escassez do líquido vital, associada à mudança climática. Para cientistas das Nações Unidas, essa alteração se instalou de forma permanente para os próximos 50 anos e suas conseqüências se fazem sentir em todo o mundo: secas críticas na Europa, centro da Ásia e Oceania, tufões devastadores no sul asiático e um clima atípico no Brasil – que castigou o Paraná com a pior falta de chuvas durante o inverno em meio século.

Tais mudanças se acentuaram nos últimos anos, conforme a conferência de 2002 em Joannesburgo, sobre fórmulas para se chegar ao desenvolvimento sustentável. No período do evento, a natureza mostrou sua revolta contra a degradação: as piores enchentes em mais de meio milênio inundaram países centrais da Europa; houve secas na América do Norte e Oceania e epidemias sem controle em terras africanas. Naquele ano ainda, em função do fenômeno El Niño, o Brasil enfrentou tempestades de granizo em pleno inverno; e depois, a Amazônia viu seus rios secarem pela primeira vez desde o Descobrimento.

Outra conseqüência foi a nuvem marrom pairando sobre o sul da Ásia. Essa massa de gases e elementos poluidores, com dimensão de mais de 15 milhões de quilômetros quadrados e 3 quilômetros de espessura, formada por aerossóis, óxido de carbono e outras sujeiras, bloqueava a luz solar e reduzia a atividade biológica das plantas. A nuvem marrom asiática foi uma evidência de que a ação humana afetou o clima global, com destruição da camada protetora de ozônio na atmosfera superior, derretimento das neves em cadeias de montanhas como o Himalaia e geleiras do Ártico e Antártida; além de outros danos.

Em grau menor essa poluição foi constatada em Curitiba, durante dias de inversão térmica deste inverno seco. Num nível mais amplo, as emissões aceleraram o efeito estufa, que já alterou o clima terrestre, conforme descobriram climatologistas da ONU, causando o aquecimento das águas dos oceanos, inclusive o Atlântico; mudanças que afetaram o Brasil neste ano.

A China, país mais populoso do mundo, é um retrato do dano natural: enquanto no noroeste do país a estiagem afetava milhões, secando rios e destruindo colheitas, no leste a capital Pequim foi açoitada por tempestades de areia formadas a partir do Deserto de Gobi, no centro da Ásia; e no sul, tufões e vendavais desabrigaram e mataram milhares de pessoas.

No caso específico da água, sua falta em regiões tradicionalmente afetadas, sul da Europa, Centro-Oeste dos Estados Unidos, hinterland da Ásia etc, chegou ao Centro-Sul do Brasil – de forma permanente, segundo especialistas do setor de agrometeorologia da Embrapa. Essa deficiência hídrica impõe mudanças na condução das atividades agrícolas e reforço no abastecimento para as cidades, conforme matéria abaixo. Acima de tudo, trata-se de medidas de conservação e economia no uso dos recursos hídricos que interessam a todos.

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