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O senador Flávio Arns (PT-PR), ao anunciar que deixaria o Partido dos Trabalhadores, por estar envergonhado com a decisão da legenda de apoiar o arquivamento de 11 denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mexe com a vida partidária brasileira. A maioria esmagadora de parlamentares que perdeu o mandato por abandonar suas siglas o fez, geralmente, em troca de benesses. O senador, no entanto, é personagem de um tipo de infidelidade partidária de mão oposta. Quem o abandonou foi o partido, negando com seus atos a bandeira teórica da ética. Apesar disso, Arns corre o risco de perder o mandato. O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, disse que vai cumprir "o que diz o estatuto partidário", ou seja, pedirá a cassação de seu mandato. Além de mostrar coragem, dignidade e coerência, o senador paranaense evidenciou, neste contundente episódio, que a regra da fidelidade partidária precisa ter exceções, pois não faz sentido a punição indiscriminada nos casos em que a moralidade está do lado de quem rompe o acordo.

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