Acidentes de trânsito matam 3 mil pessoas por dia, no mundo. Desse número, mais de mil casos envolvem pessoas com menos de 25 anos. Em grande parte pelo consumo de álcool. Os jovens representam cerca de 10% da população do planeta.

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Esse quadro levou a ONU a instituir a Semana Mundial de Segurança Viária, sob o tema Juventude e Segurança. O trágico ranking é endossado pela Organização Mundial de Saúde: os acidentes de trânsito estão à frente de afogamentos e doenças.

A ONU defende a necessidade de limitar ainda mais as taxas de álcool no sangue toleradas na legislação, além de ampliar as exigências para a concessão de carteiras de habilitação. Essas medidas já seriam suficientes para reduzir o problema, que, além de tudo, tem um custo altíssimo. Pelos cálculos do Banco Mundial, apenas nas estradas os acidentes acarretam uma perda anual de US$ 518 bilhões em material e cuidados médicos, entre outros gastos. Para os países do bloco dos emergentes, como o Brasil, eles podem superar 1,5% da riqueza nacional e, mais ainda, toda a ajuda internacional ao desenvolvimento recebida durante um ano. Grande baque para a rede médica e para a economia em geral, a violência no trânsito ganha maior peso nos países onde os jovens compõem a maior parcela dos habitantes.

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No Brasil, conforme dados de 2006, cerca de 30 mil pessoas morrem por ano no trânsito. Alguns trabalhos fornecem mais detalhes a respeito das causas dessa situação caótica.

Levantamentos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam para perdas anuais de R$ 1,79 bilhão por ano em acidentes, congestionamentos e gastos na saúde pública. E, como registrou a revista Pesquisa, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), seriam prejuízos modestos consideradas, por exemplo, as avaliações do consultor Adriano Branco. Estudos desse especialista, que há 50 anos acompanha a evolução do caos nas ruas de São Paulo, chegam à cifra de R$ 13 bilhões com as perdas no trânsito a cada ano, naquela capital. Os motoristas gastam com o conserto de carros, o tempo parado e o desperdício de combustível. "Até quem não dirige arca com os prejuízos, uma vez que parte dos impostos vai para manutenção da infra-estrutura do trânsito, assistência hospitalar e processos judiciais." Ainda no caso paulistano, mesmo com o alto custo com acidentes, é a perda de tempo a principal reclamação dos motoristas. Afinal, os congestionamentos aumentam em 53% o tempo de viagem dos automóveis, e em 36%, o dos ônibus. O mesmo consultor ressalta que "todos pagam essa conta, que se reflete na cadeia produtiva e na incapacidade de conseguir maiores salários".

Outra observação nos remete a um beco (praticamente) sem saída: o número cada vez maior de veículos neutraliza grandes reformas viárias nas metrópoles feitas entre 1960 e 1980, e conspira contra a eficiência de qualquer tentativa de ordenamento. A frota nacional de automóveis é de 29 milhões de veículos. Em 1970 não ultrapassava 3,1 milhões.