Desemprego chegou a 14,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2021.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
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O primeiro bimestre de 2021 foi melhor para o emprego formal que o mesmo período do ano passado, quando a pandemia de Covid-19 ainda não havia chegado para devastar os negócios. Os dados do Novo Caged referentes a fevereiro deste ano mostraram saldo positivo de 401,6 mil vagas, na comparação entre contratações e demissões. Somado ao número de janeiro, 2021 está com 659,8 mil novas vagas, contra 277,5 mil nos primeiros dois meses de 2020.

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Houve aumento em todos os cinco grandes grupos de atividade econômica, com destaque para os serviços (173,5 mil novas vagas) e pela indústria (93,6 mil), e em todas as cinco regiões do país – em apenas três das 27 unidades da Federação houve mais demissões que contratações. Em fevereiro, o país rompeu o patamar de 40 milhões de vínculos empregatícios formais, 2 milhões a mais que no pior momento da pandemia para o mercado de trabalho, em julho de 2020.

A vacinação em massa é apenas a porta de saída para o constante abre-e-fecha causado pela Covid-19; ela impede mais quebradeira e demissões, mas não gera postos de trabalho por si só

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No entanto, apesar dos avanços no mercado formal, a chaga do desemprego segue afligindo o Brasil sem sinais de trégua. No dia seguinte ao da divulgação do Caged, o IBGE informou que a taxa de desemprego no trimestre de novembro de 2020 a janeiro de 2021 tinha sido de 14,2% – uma redução muito leve, de 0,1 ponto porcentual, na comparação com o trimestre móvel anterior (outubro a dezembro de 2020), e um aumento de três pontos porcentuais em relação ao período de novembro de 2019 a fevereiro de 2020. São 14,3 milhões de pessoas à procura de emprego no Brasil, um número que insiste em não diminuir.

E este não é o único dado preocupante. Os desalentados – aqueles que chegaram ao ponto de nem mais buscar um emprego – chegaram a 5,9 milhões, 25% a mais que no mesmo período do ano anterior. Somando os desempregados, os desalentados e os subempregados, chega-se a uma taxa de subutilização de 29%, quase seis pontos porcentuais a mais que 12 meses atrás; isso corresponde a 32,4 milhões de brasileiros, ou 6 milhões a mais que no período de novembro de 2019 a janeiro de 2020.

Neste momento de intensificação da pandemia, com estados e municípios restringindo o funcionamento das empresas, a prioridade é a preservação dos empregos atuais; o governo prometeu, mas ainda não formalizou a nova edição do programa que permite a redução de emprego e jornada, ou a suspensão do contrato de trabalho. E não se sabe ainda em que grau a nova rodada do auxílio emergencial, com parcelas menores e pago a menos pessoas, afetará o consumo, a demanda e, consequentemente, a atividade econômica e o mercado de trabalho.

Mesmo assim, é preciso começar a pensar desde já em como integrar tamanho contingente ao mercado de trabalho, do contrário o país estará desperdiçando o potencial de dezenas de milhões de pessoas. A vacinação em massa é apenas a porta de saída para o constante abre-e-fecha causado pela Covid-19; ela impede mais quebradeira e demissões, mas não gera postos de trabalho por si só. O desemprego (e suas variantes, como o subemprego) está entre as maiores mazelas econômico-sociais que podem atingir uma sociedade; reduzi-lo, com incentivos às contratações e outras medidas que revitalizem o mercado de trabalho, tem de ser a próxima batalha a ser travada por todo o Brasil assim que a pandemia for vencida.

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