Desde o dia 22 de fevereiro o Mutirão Carcerário já libertou 1.120 pessoas no Paraná, o que representa 3% do total de 37 mil detentos em penitenciárias e delegacias do estado. Até agora, 11,7 mil processos de presos foram revisados, o que gerou a concessão de 1,8 mil benefícios, entre alvarás de liberdade e progressão de pena. Infelizmente, como disse à Gazeta do Povo o coordenador do movimento na região de Londrina, Fernando Veríssimo Neves, o Estado não possui estrutura adequada para acompanhar a vida dos egressos. Segundo ele, as liberdades são concedidas com base em avaliações psicológicas e de condição social dos detentos. O Mutirão Carcerário, com certeza, é uma das ferramentas para tentar minimizar os problemas apresentados pelo sistema prisional brasileiro, como conceder a liberdade a quem já cumpriu sua pena. Mas não deve ser acelerado só para engordar os números. É preciso cuidado nessas avaliações, de modo que a pressa não cause danos à sociedade como o recente caso dos assassinatos de seis rapazes em Luziânia (GO), que foram mortos por um ex-detento. Ele havia acabado de ganhar a liberdade mesmo com laudo psiquiátrico atestando que não tinha condições de retornar ao convívio social.
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