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Editorial

Lula põe o comércio exterior brasileiro a serviço de terroristas e assassinos

Ministro José Múcio afirmou que governo está interferindo ideologicamente no comércio exterior.
O presidente Lula e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Semanas atrás, neste espaço, afirmamos que as abjetas escolhas feitas por Lula em sua política externa, que se distancia das democracias ocidentais enquanto afaga ditadores e valentões mundo afora, “afetam imediata e diretamente a economia” e “não caminham na direção de nenhum pragmatismo digno do nome”. Não demorou para um caso muito concreto voltar à tona, expondo de maneira inequívoca o prejuízo causado pela estima que Lula, Celso Amorim e o PT têm pelo que há de pior neste planeta. Foi preciso que um ministro de fora do grupinho dos delinquentes ideológicos – José Múcio Monteiro, da Defesa – soasse o alarme sobre a situação de nosso comércio exterior, em evento na Confederação Nacional da Indústria.

“Houve agora uma concorrência, uma licitação, e venceram os judeus, o povo de Israel. Mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas nós não podemos aprovar”, afirmou Múcio na última terça-feira, dia 8. Ele se referia à compra de 36 blindados armados com canhões, chamados “obuseiros”. A israelense Elbit Systems venceu empresas de quase 20 outros países na licitação organizada pelo Exército. Não chega a ser surpresa, pelo contrário: é perfeitamente esperado que um país agredido desde o primeiro dia de sua existência, cercado por inimigos estatais e não estatais que desejam sua aniquilação, desenvolva uma indústria bélica de ponta para não depender da generosidade de aliados.

Sacrificar o interesse brasileiro em benefício dos camaradas ideológicos é prática que Lula, Amorim e o PT executam à perfeição já há um bom tempo

No entanto, o contrato, que deveria ter sido assinado em maio, está engavetado. Múcio, muito polidamente, usou um “nós”, mas evidentemente ele não é parte do grupo que decide por “questões ideológicas”, pois o ministro já havia se queixado anteriormente da resistência à assinatura do acordo, dizendo defender “que a gente tenha oportunidade de dotar o Exército Brasileiro de equipamentos mais modernos”. Como também não foi ideológico o Tribunal de Contas da União, que negou a possibilidade de excluir a empresa israelense e entregar o contrato à segunda colocada, já que não havia nenhum tipo de irregularidade ou impedimento legal na vitória da Elbit Systems.

O governo Lula não se contenta apenas com escolhas ideológicas que premiam o terror; faz questão de acrescentar também uma boa dose de hipocrisia. No mesmo discurso à CNI, Múcio lembrou outro caso: “Nós temos uma munição aqui no Exército que não usamos. A Alemanha quis comprar. Está lá, custa caro para manter essa munição. Fizemos um grande negócio. ‘Não vai. Porque, se não, o alemão vai mandar para a Ucrânia, e a Ucrânia vai usar contra a Rússia, e a Rússia vai mexer nos nossos acordos’”, disse o ministro da Defesa – os “nossos acordos”, no caso, se referem ao fornecimento russo de fertilizantes, ao qual Lula não mexe um dedo para encontrar uma alternativa. As escolhas inaceitáveis da política externa de Lula no comércio exterior inclusive prejudicam a indústria brasileira, essa que o petista diz tanto querer defender e fomentar: em 2023, o petista já havia vetado a venda de 450 blindados leves, fabricados em Minas Gerais, à Ucrânia, que os converteria em ambulâncias desarmadas.

E nem há como invocar o argumento de que o Brasil não quer importar produtos israelenses por considerá-lo um país agressor – o que nem é exatamente uma verdade, pois Israel luta uma contraofensiva, em resposta aos ataques terroristas do Hamas, em Gaza, e do Hezbollah, no Líbano. Não existe, hoje, país que mereça mais o título de “agressor” que a Rússia, responsável por uma invasão não provocada contra a Ucrânia, que já dura dois anos e meio. Mesmo assim, as importações provenientes de Moscou saltaram 75% entre 2021, último ano antes da guerra, e 2023, primeiro ano do governo Lula. Enquanto rejeita negócios com nações que estão se defendendo (caso de Israel), ou com nações que ajudam outras a se defenderem (caso da Alemanha), Lula ajuda com gosto, por meio do comércio exterior, a bancar a máquina de guerra russa que comete atrocidades na Ucrânia.

Em resumo, o que for possível fazer para prejudicar Israel e, consequentemente, ajudar os terroristas que desejam erradicar o país e os judeus do mapa, Lula fará. O que for possível fazer para ajudar Vladimir Putin e, consequentemente, prejudicar os ucranianos que lutam pela sobrevivência de seu país, Lula fará. Pouco importa se isso tira da indústria nacional oportunidades valiosas de exportação, ou se deixa nossas Forças Armadas aquém da necessária modernização; sacrificar o interesse brasileiro em benefício dos camaradas ideológicos é prática que Lula, Amorim e o PT executam à perfeição já há um bom tempo, mas que agora também tem consequências assassinas.

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