O próximo presidente da República vai herdar uma estrutura inchada de cargos de confiança no aparelhamento da máquina pública. Hoje existem cerca de 21 mil cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS). Em 2002, um ano antes de o atual governo assumir, eram pouco mais de 18 mil vagas. A diferença é de apenas 3 mil postos, mas os custos são muito superiores. Em quase oito anos, a elevação nas despesas com cargos em comissão e funções gratificadas foi de 128%. O governo afirma que o aumento se deve porque os salários não eram reajustados desde 2002 e que desde a década de 90 não havia reajustes para os níveis mais baixos. Felizmente, dos atuais cargos, apenas 27,6% do total são ocupados por pessoas que não prestaram concurso público, segundo o último Boletim Estatístico de Pessoal, divulgado pelo Ministério do Planejamento. O ideal é que esse porcentual continue a diminuir, pois, apesar de haver um bom argumento, que é o de conquistar profissionais qualificados da iniciativa privada, a maneira adequada para o preenchimento desses cargos, de acordo com os príncipios da administração pública, é utilizando o critério técnico de escolha por servidores de carreira.
EDITORIAL 2