A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, atribuiu à crise financeira mundial a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e minimizou os efeitos políticos do recuo. A pesquisa CNI/Ibope, divulgada na sexta-feira, mostrou queda de 9 pontos porcentuais na avaliação do governo do presidente Lula. Em dezembro, 73% dos entrevistados consideravam o governo bom ou ótimo, enquanto o levantamento realizado neste mês revela uma avaliação positiva de 64%. Na pesquisa Datafolha, 65% ainda avaliam Lula como bom e ótimo, embora menos da metade dos entrevistados (43%) aprovem suas medidas contra a crise. Os números mostram que, apesar de um certo descolamento, Dilma tem razão: a aprovação de Lula não está inteiramente dissociada de sua atuação no front econômico. A mesma correlação vale para os altos índices de aceitação de tempos atrás: Lula colheu os frutos de um ciclo econômico altamente positivo, ajudado, no terreno mais popular, pelos programas assistenciais. Com isso, passou ileso pelos sucessivos descalabros éticos de seu governo. Agora, sem o vento global favor, a situação demanda de seu governo menos apelos midiáticos e mais competência, transparência e sensatez. Eis uma oportunidade para que o presidente mostre — e a população avalie — a real qualidade de sua gestão.

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