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No dia 27 de julho de 2012 vão ter início os Jogos Olímpicos de Londres. Pois bem, a exatamente um ano da abertura da grande festa do esporte mundial, o comitê organizador inglês anuncia, com indisfarçável orgulho, que 90% de toda a estrutura necessária à realização do evento já está pronta. Além disso, o custo total da Olimpíada ficará 1,8 bilhão de libras (R$ 4,5 bilhões) a menos do que inicialmente previa o orçamento. Diante do bom exemplo que vem da Inglaterra, é inevitável a comparação com a realidade brasileira, que tem pela frente o desafio de ser a sede da próxima Copa do Mundo, em 2014, e da Olimpíada de 2016. Diferentemente da situação inglesa, o que se vislumbra no Brasil para a Copa é um cenário repleto de incertezas, no qual se misturam dúvidas sobre a conclusão dos estádios projetados, infraestrutura das cidades-sede e sobre as estimativas orçamentárias que já extrapolaram os custos previstos. Se as dificuldades do cronograma não sinalizam ainda uma situação irreversível, ainda assim são inegáveis as dificuldades que a organização terá daqui para frente para adequar o calendário ao ritmo necessário para as obras. Segundo avaliações já efetuadas, o país está pelo menos um ano atrasado em relação ao estágio que seria considerado como o ideal.

Tal situação é facilmente constatável ao se verificar o andamento das obras dos estádios, com vários deles que nem sequer saíram do papel, enquanto outros estão com o cronograma atrasado; por enquanto, a honrosa exceção é Fortaleza, onde o ritmo de construção do novo complexo futebolístico vem seguindo os prazos estabelecidos. Mas Copa do Mundo não se resume apenas aos campos de jogo. Fundamental também para uma competição dessa envergadura é a adequada preparação das cidades-sede, de forma a atender à necessidade do crescimento exponencial no movimento de pessoas e dos serviços que terão de ser colocados à disposição.

Aí também a situação se mostra preocupante, notadamente no tocante aos aeroportos. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, dos 13 terminais aéreos que estão relacionados para receber recursos para modernização e ampliação, nove deles não ficarão prontos a tempo para o evento e um terá suas obras finalizadas no mês de início do campeonato. Se a entrega das obras nos aeroportos dentro dos prazos é um complicador, mesmo que isso venha a ocorrer não significa o fim de todos os problemas do setor. Diante do crescimento da economia nacional, o mesmo Ipea estima que o movimento de passageiros tende a crescer a uma média de 10% ao ano, atingindo em 2014 quase 16 milhões de usuários nos 13 aeroportos que servirão diretamente a Copa. Com as reformas, a capacidade desses terminais aéreos chegará perto de 149 milhões contra mais de 16 milhões de usuários previstos para a Copa, o que faz prever uma taxa de ocupação acima da capacidade ideal.

Que a Copa será realizada no Brasil, mesmo com todas as dificuldades que se apresentam, não parece existir dúvidas. A questão a ser respondida é a que custo e qual o patamar de excelência que o país oferecerá aos países participantes e aos milhões de turistas e torcedores que serão atraídos pelo grande chamariz que é o Mundial de Futebol.

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