Embora o discurso seja de austeridade fiscal, o governo federal parece ter conseguido aliados de peso para o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta há quatro anos. Um grupo de 15 governadores se articula para apresentar na próxima semana uma carta à presidente Dilma Rousseff (PT) na qual requererem a criação de novas fontes de financiamento para a saúde. Como Dilma não pretende assumir o desgaste pela recriação da CPMF, o movimento dos governadores deve diluir o ônus político que o governo federal teria se capitaneasse a proposta. É claro que mais recursos para a saúde são sempre bem-vindos. Entretanto, é relevante refletir sobre pelo menos três questões. A primeira é se há mesmo a necessidade de criar novo tributo para o aumento de recursos na área. A segunda é se, ampliado o volume de verbas para a área, isso resultará em melhorias na administração do sistema de saúde brasileiro. A terceira é se não seria mais importante reduzir o gasto público em outros setores, ao mesmo tempo em que se buscaria novos modelos, mais eficientes, de gestão. Antes de onerar o contribuinte, seria saudável o governo trabalhar na melhoria da qualidade do gasto público.
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