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Seria possível imaginar a economia do Paraná sem a contribuição da soja e da cafeicultura? Isso muito provavelmente venha a ocorrer em futuro próximo, por conta das mudanças climáticas ditadas pelo efeito estufa.

Seca, chuvas ácidas e outros fenômenos, como até mesmo o inexplicado aparecimento de iguana verde nas Ilhas Galápagos, arquipélago declarado patrimônio da humanidade, parecem indicar que o mundo vive hoje um enredo de ficção científica, com inesperadas transformações.

Exageros à parte, já que nem tudo que é inédito no comportamento da natureza representa sinal definitivo de catástrofe, temos um grave alerta, porém: o aquecimento da Terra nos próximos 100 anos exige que se acelerem as medidas buscando alternativas. Na opinião de cientistas, não se trata apenas de frear as conseqüências do efeito estufa. O atual aumento de 1 grau na temperatura da Terra poderá passar, nos próximos 100 anos, para 5,8 graus.

A manifestação do Greenpeace no Brasil, semanas atrás, praticamente não foi levada em consideração. Do mesmo modo, quase sem destaque, noticiava-se que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), prevendo sérias mudanças na agricultura brasileira, já estuda saídas para enfrentar o aquecimento global.

Os técnicos invocam a necessidade de o país estar preparado para a mudança do zoneamento agrícola. Com as futuras alterações climática, prevêem que as culturas deverão migrar para regiões onde o cultivo possa ser sustentado.

O café é citado como um possível exemplo: o grosso da produção brasileira deixaria o Paraná, São Paulo e Minas, buscando-se temperaturas mais amenas, tendendo ir para Santa Catarina, Rio Grande do Sul e até para a Argentina e o Uruguai.

As culturas de soja, milho, arroz e feijão igualmente sofreriam o baque do efeito estufa. A sugestão é investir em pesquisas para a mudança genética das plantas, de modo que venham a suportar o calor. Mesmo assim, a migração dos plantios seria inevitável. Nesse cenário, a soja deixaria o Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, já caracterizados como zonas em risco, buscando regiões mais altas, como o Cerrado. Mesmo isso, no entanto, não seria propriamente a solução, prevendo-se uma queda de 60% na produção dessa cultura, tendo como perspectiva o aumento de 5,8 graus na temperatura.

Também pesquisadores de 13 países do continente americano estiveram reunidos no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São Paulo, para integrar e aprofundar pesquisas sobre o clima nas Américas, com o objetivo de reduzir efeitos de fenômenos como secas e inundações e evitar catástrofes naturais.

A concentração de gás carbônico – um dos gases produzidos pelas queimadas – na atmosfera passou de 280 partes por milhão em 1850 para 370 partes por milhão. E pode chegar a mil partes por milhão – quase três vezes o patamar atual – nas próximas décadas.

Para o leigo, bastaria saber que, após uma queimada, são necessários 150 anos para limpar a atmosfera. Alarmismo? Nem tanto.

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