Com 2,5 bilhões de habitantes a mais, em 2050 a população do planeta será de 9 bilhões. A estimativa é das Nações Unidas, alertando ainda que, até 2030, 5 bilhões de pessoas viverão nas cidades, o equivalente a 60% da população. No ano em que o mundo ultrapassa uma marca de mais de 50% de seus 6,6 bilhões de moradores vivendo em centros urbanos, a ONU dedicou seu relatório anual Situação da População Mundial 2007 ao tema urbanização. O crescimento urbano ocorrerá quase que exclusivamente no mundo em desenvolvimento, onde, dentro de duas décadas viverão 80% da população das cidades.
A população urbana nos países ricos aumentará em 100 milhões de pessoas, o equivalente a 11% da população urbana atual nesses países, enquanto na América Latina serão 200 milhões de moradores urbanos a mais, representando um aumento de 50% em relação ao panorama atual.
O cenário que se desenha, de explosão do crescimento em cidades dos países emergentes, levou os técnicos da ONU a alertar para a conseqüente explosão das favelas. Atualmente, 1 bilhão de pessoas vive em favelas, 90% das quais estão nos países em desenvolvimento e 40% na Índia ou na China. No caso brasileiro, a maior parte desse boom se dará em cidades com menos de 500 mil habitantes. Mas isso pouco vai pesar em face do inevitável processo de conurbação.
Outro ponto que deve ser levado em conta é que a questão não se dará pela migração do campo para as cidades, e sim pelo próprio aumento das populações já residentes nelas.
Paralelamente à favelização, estará ou já está presente a encruzilhada do transporte. O descompasso entre os altos índices demográficos e os meios de circulação é flagrante, e não em pontos distantes do planeta, mas em nosso próprio quintal. Exemplo disso é a acelerada expansão do número de veículos particulares, em detrimento do transporte de massa. Na edição de domingo, mostramos que, ao chegar à marca de 1 milhão de veículos neste mês, a capital já tropeça ou esbarra em todo o tipo de problemas. De pouco há para se festejar quando a cidade passa a ostentar o título de a capital mais motorizada do país. A nova marca representará um carro, ou motocicleta, para cada 1,8 habitantes. Em alguns bairros, por incrível que possa parecer, há mais veículos do que pessoas. No Rebouças, são quase três unidades para cada pessoa. Uma pesquisa mostrou, por outro lado, que 82% dos motoristas utilizam seus carros todos os dias. E não abre mão disso. Do universo de pesquisados, apenas 10% declararam estar dispostos, algum dia, a dispensar o veículo próprio e utilizar o transporte coletivo. Com ou sem congestionamento, a grande maioria prefere continuar ao volante, mesmo para cumprir pequenos trajetos. Ainda sobre a rede de cidades que se forma, os 26 municípios que integram a Região Metropolitana de Curitiba acrescentam mais e mais veículos. Assim, o morador de Curitiba e região deve ter em mente a observação do professor de Gestão Urbana da PUCPR Fábio Duarte: "As pessoas têm de saber que junto com o carro compram congestionamentos e lentidão no trânsito".
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