Na semana passada, começou a funcionar no Tribunal de Justiça do Paraná um programa de conciliação entre consumidores superendividados e seus credores. Já nos primeiros dias de trabalhos a procura pelo serviço superou a expectativa. Em uma única tarde mais de 160 formulários de negociação foram cadastrados, e houve quase 250 atendimentos. A procura pelo auxílio judiciário é reflexo da atual situação das famílias brasileiras, cujas dívidas se mantêm em trajetória ascendente. Elas passaram de 29,5% da renda familiar, em janeiro de 2008, para 31,8%, em 2009, e, em janeiro último, chegaram a 34,9% da renda. Na prática, esse é o porcentual médio do orçamento dedicado ao pagamento de prestações. A iniciativa do TJPR é muito importante por dar oportunidade aos endividados de limparem seu nome na praça com parcelas que não prejudicam as contas domésticas e por dar a esperança aos credores de receberem o que lhes é devido. Mas, depois de mais de 15 anos do Plano Real, está na hora de o brasileiro aprender a poupar para comprar à vista e ainda conseguir barganhar um desconto, ou, se tiver de comprar a prazo, começar a fazer as contas, para que o excesso de dívidas pare de comprometer o orçamento familiar.
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