Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Editorial

Equilíbrio entre candidatos

O quadro das eleições presidenciais caminha para definição, com a confirmação do ex-governador Geraldo Alckmin pelo PSDB em aliança com o PFL, no último domingo, e o lançamento do presidente Lula como candidato à reeleição, na próxima semana. Como o PMDB decidiu não ter candidato próprio, poucos postulantes mais deverão concorrer em outubro, concentrando-se as alternativas na senadora Heloísa Helena pela coligação Psol–PSTU e, na centro-esquerda, o senador Cristovam Buarque (PDT). Na ala direita, é certa a candidatura de José Maria Eymael (PSDC) e, mais à direita, a do deputado federal Enéas Carneiro, pelo Prona.

Ressalvada a jornada da senadora Helena – que pode lhe garantir votos no arraial esquerdista –, os três últimos, Cristovam, Eymael e Enéas, têm escassa possibilidade, mas são fatores a considerar: o senador brasiliense foi ligado ao PT, tem discurso em torno da prioridade da educação e tende a retirar votos do presidente Lula. Já Enéas afeta votos que seriam depositados em Alckmin, porém sem repercussão maior; enquanto Eymael faz figuração por um partido pouco definido.

Exposto o quadro de candidatos, no momento as pesquisas apontam preferência pelo presidente Lula, candidato mais conhecido e gozando da vantagem de concorrer em pleno exercício do governo. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio, a considera injusta sob o aspecto democrático, representando um "cochilo" dos legisladores constitucionais que introduziram a novidade. A reeleição para cargo executivo, situação estranha às nossas tradições políticas, tem gerado alto grau de resistência, havendo várias propostas para sua extinção – o que pode ocorrer no próximo período legislativo.

Para competir em igualdade com outros candidatos, alguns líderes como o governador Luiz Henrique, do estado de Santa Catarina, chegaram a se licenciar do cargo. Por isso seria desejável que também o presidente da República, e outros governantes, utilizassem o período entre a apresentação da recandidatura dia 24 próximo e o início legal da campanha – 6 de julho –, como um tempo de silêncio obsequioso em que se ausentariam de aparições públicas, de forma a reasssegurar equilíbrio na corrida sucessória.

De toda forma, enquanto Lula não se decide por esse gesto republicano cabe ao principal desafiante, o ex-governador Geraldo Alckmin, um esforço para se mostrar mais assertivo. É certo que o candidato da coligação tucano-pefelista fez um discurso denso na convenção de Minas, porém a extensão do pronunciamento – mais de 50 minutos – retirou-lhe o impacto similar, exemplo, ao da fala espontânea do ex-presidente Fernando Henrique ou da capacidade de repercussão das declarações do ex-prefeito paulistano José Serra. Alckmin padece ainda de desconhecimento primário; esse e outros problemas a serem corrigidos pelos dirigentes da campanha, para assegurar equilíbrio mínimo entre as candidaturas na corrida eleitoral.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.