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No meio de dezembro, o governador reeleito Beto Richa fechou os nomes de seu secretariado, em uma primeira e valiosa indicação dos rumos que seu segundo mandato deve tomar. São, no total, 17 secretários, três assessores de pastas com status de secretaria e cinco presidentes de empresas. Vários deles serão mantidos nos cargos que já vinham ocupando; outros assumirão o posto a partir de janeiro. Embora haja nomeações questionáveis, é uma equipe que, no geral, merece nosso voto de confiança e que pode fazer muito pelo Paraná.

No dia 7 de dezembro, comentamos, neste mesmo espaço, a importância das indicações para algumas pastas que têm a responsabilidade de integrar as ações em vários setores e traçar um plano de longo prazo para o estado. As nomeações de Eduardo Sciarra para a Casa Civil e de Silvio Barros para o Planejamento dão indícios de que se está apostando nesse sentido. Eles apresentam uma combinação de experiência no setor privado e na administração pública. Sciarra é empresário e engenheiro de formação; antes de entrar na política, ainda presidiu entidades como a Associação Comercial de Cascavel, a Associação Paranaense dos Empresários de Obras Públicas e o Sinduscon Oeste. Barros, também engenheiro, exerceu dois mandatos como prefeito de Maringá, tendo deixado um legado positivo para a cidade.

Nessa missão, eles terão de trabalhar em profunda sintonia com outro "novato", o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, que já passou pelo mesmo cargo em outros governos e prefeituras Brasil afora. De início, antes mesmo de assumir a Fazenda, Costa deu uma entrevista sincera (publicada pela Gazeta no dia 9 de dezembro) na qual admitiu que, embora o Paraná tenha sido o estado com o maior aumento da receita corrente líquida nos últimos quatro anos, gastou mais do que devia, e que essa é a origem dos problemas que afetam o caixa estadual. Costa disse que o governo "pode gastar menos com ele próprio, no custeio da máquina", e é uma maior racionalidade no gasto público que esperamos de sua atuação à frente da Fazenda, para que a população não volte a ser surpreendida com novos tarifaços como o aprovado recentemente, a toque de caixa.

Mas, infelizmente, nem só de bons nomes está composto o secretariado de Beto Richa. Continua a ser incompreensível a insistência do governador em manter Ezequias Moreira, o protagonista do caso da "sogra fantasma", como secretário especial de Cerimonial e Relações Institucionais. Afinal, trata-se de um réu confesso, que devolveu aos cofres públicos R$ 540 mil desviados da Assembleia Legislativa, foi condenado por improbidade administrativa na esfera cível e ainda respondia na esfera criminal. A nomeação, em julho de 2013, fica ainda mais difícil de entender quando se considera que Richa passou dois anos e meio sem ver a necessidade de um secretário de Cerimonial – o cargo ficou vago por todo esse tempo – e que a elevação de Ezequias ao secretariado ocorreu uma semana antes de uma audiência na qual já poderia sair sua sentença (a nomeação paralisou o processo). Manter Ezequias no cargo é uma atitude indefensável, que dá margem a questionamentos sobre que lealdades ou compromissos estariam por trás dessa decisão.

No domingo passado, a Gazeta do Povo publicou levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostrando que 46,1% dos paranaenses acreditam que Richa fará um segundo mandato melhor que o primeiro (35,3% afirmam que os próximos quatro anos serão iguais aos anteriores, e 14,9% dizem que o segundo mandato será pior). Que as expectativas de praticamente metade dos paranaenses possam ser confirmadas. O novo secretariado, com algumas ressalvas, é um bom começo nesse sentido.

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