O Brasil tem cometidos equívocos no campo da economia – alguns relativamente pequenos, outros bastante graves –, mas não se pode negar que avanços importantes têm ocorrido, e os erros têm deixado lições valiosas para os governantes e para a sociedade em geral. Apesar dos problemas, que são muitos, o Brasil apresenta indicadores macroeconômicos melhores do que muitos países até pouco tempo atrás considerados membros do chamado "mundo desenvolvido".

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Um exemplo a ser observado vem da Espanha. Situada no centro da civilização, membro da União Europeia, um dos 17 países que adotaram o euro como moeda nacional, a Espanha apresenta baixo índice de inovação, baixo crescimento do produto nacional, elevada dívida pública e desemprego altíssimo. Em todos esses pontos, o Brasil está melhor que a Espanha. Mas essa situação não é motivo de júbilo ufanista, senão de reflexão para que a nação brasileira não se permita trilhar o caminho contrário ao crescimento econômico e ao desenvolvimento social.

Até agora, mesmo com seus equívocos, os governos não permitiram que o Brasil chegasse a uma situação de deterioração macroeconômica tão grave a ponto de impossibilitar o país de progredir. Quanto a 2014, este será um ano atípico para o país. O fato de ter dois eventos de elevada magnitude – as eleições e a Copa do Mundo – faz que a vida nacional saia da normalidade, com reflexos sobre a economia e algumas expectativas que, se ocorrerem, contribuirão para que 2014 apresente melhor desempenho comparado com o ano passado.

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Espera-se que a natureza ofereça condições climáticas favoráveis a boas safras agrícolas, que as eleições não sejam motivo para relaxamento na gestão das contas públicas, que a expectativa de punição contenha os ímpetos dos corruptos e que o Produto Interno Bruto (PIB) melhore seu desempenho em relação aos últimos três anos. Caso essas expectativas se confirmem, na prática, ajudarão no combate à inflação e no freio a um eventual aumento do desemprego, de longe o pior dos fantasmas sociais.

Para isso, algumas providências estruturais precisam vir do governo: que seja um ano de forte investimento na infraestrutura física (inclusive, sepultando de uma vez por todas o medo do investimento privado nacional e estrangeiro nesse setor); que o empreendedorismo e a inovação sejam tratados como prioridade – e suas forças sejam liberadas das amarras da burocracia e da mão pesado do Estado – e que a educação assuma o posto número um na ordem de prioridades como receita de desenvolvimento.

O instituto da reeleição, que mais uma vez será testado, traz vantagens e desvantagens. Uma das vantagens é que os governantes concorrentes a mais um mandato – entre eles, a presidente Dilma Rousseff – terão de falar sobre seus erros, dar explicações, comprometer-se com novas soluções e, sobretudo, não poderão permitir uma espécie de "festa geral" com o dinheiro do contribuinte. Caso ajam de maneira irresponsável, serão eles mesmos, caso reeleitos, os dirigentes incumbidos de consertar os estragos perpetrados.

O importante é que o Brasil dispõe de caminhos e opções para corrigir eventuais erros e encontrar uma rota segura para crescer em termos econômicos e melhorar o padrão de bem-estar social de sua população. Embora ninguém seja detentor da verdade absoluta em matéria de economia, há certas políticas que são consenso mundial e os países que não as seguiram pagaram, ou continuam pagando, alto preço em termos de atraso e sacrifício.

O cenário mundial está eivado de problemas econômicos, sociais, políticos e ambientais, além de áreas de conflito bélico em vários pontos do globo. Entretanto, há indicadores apontando para uma melhoria da situação econômica internacional, com boas possibilidades de redução do desemprego e elevação da demanda. A se confirmarem essas previsões, o Brasil será beneficiário das melhorias, desde que, internamente, conduza bem os rumos do país.

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