O governo fechou questão não admitindo que o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, fosse convocado para dar explicações no Congresso sobre as "consultorias" dadas a entidades empresariais de Minas Gerais. Segundo a posição oficial, Pimentel não cometeu nenhum deslize ao receber R$ 2 milhões como pagamento pelas palestras dadas em unidades regionais da Federação das Indústrias de Minas, logo após deixar a prefeitura de Belo Horizonte. Não houve tráfico de influência como insinua a oposição, diz a base governista, e sim um trabalho sério de quem já estava sem mandato público. O esclarecimento deveria encerrar a polêmica, não fosse o resultado de levantamento feito pelo jornal O Globo, que entrou em contato com as entidades empresariais onde supostamente Pimentel teria dado palestras. Aí a surpresa: não existem registros em nenhuma delas da presença do atual ministro em, 2009, como palestrante. Diante disso, cabe perguntar os motivos – deixando de lado a suspeita de tráfico de influência – que permitiram a ele embolsar o polpudo honorário. Pimentel e o governo devem essas explicações ao país.

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