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Divulgado no fim da semana passada, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por escola desenhou um quadro preocupante. Mais da metade dos estabelecimentos de ensino brasileiros não atingiu a média nacional. No caso paranaense, como registramos em reportagem, apenas 15 das 3.751 escolas públicas conseguiram chega ao parâmetro mínimo de qualidade no ensino de 1.ª a 4.ª séries do ciclo fundamental. No ensino de 5.ª a 8.ª, nenhum colégio do estado alcançou a nota mínima.

Quem conseguiu atingir a meta foram quase que exclusivamente escolas de grandes centros. Das 15 com nota 6,0 ou superior, 7 são de Londrina, 3 de Curitiba, 1 de Ponta Grossa e 1 de Guarapuava. As demais ficam nos municípios de Dois Vizinhos, Rolândia e Telêmaco Borba. O primeiro lugar geral ficou com o Colégio Estadual Evaristo da Veiga, de Londrina, com 6,7. O primeiro lugar de 5.ª a 8.ª também foi de Londrina: o Colégio Estadual Newton Guimarães, com nota 5,7.

Retornando ao quadro nacional, nos primeiros anos do ensino fundamental 14.518 escolas tiveram notas abaixo de 3,8, que é a média atual do Ideb. O número corresponde a 52% do total de quase 28 mil escolas. Quanto aos alunos de 5ª a 8ª séries, os dados são ainda mais alarmantes. Das 18.653 escolas avaliadas, 11.402 tiveram notas abaixo de 3,5 - considerada a média nacional, o que corresponde a um índice de 61,2% de escolas que ficaram abaixo do nível.

Na comparação com as metas a serem atingidas até 2021, o documento indica que que, nos anos finais do ensino fundamental, apenas 62 escolas, ou seja, 0,33% do total, conseguiram chegar à nota 5,5. Já entre as escolas públicas de 1ª a 4ª séries, 166 atingiram a nota 6,0, o que corresponde a apenas 0,59% das escolas.

O indicador do desempenho dos municípios brasileiros no sistema de ensino público varia de zero a 10, tomando por base o rendimento escolar e as médias dos alunos no Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb) e na Prova Brasil – que avalia o conhecimento de alunos da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental nas áreas de português e matemática.

O Ministério da Educação quer que os educadores do país façam um diagnóstico das principais dificuldades e um plano de ação para melhorar a aprendizagem dos alunos do ensino básico. O trabalho está previsto no Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola), criado por uma portaria publicada na sexta-feira passada. O plano deverá ser elaborado pela própria equipe da escola, com o apoio técnico das secretarias municipais ou estaduais de Educação. O Ministério da Educação promete cursos de capacitação às secretarias de Educação, para que elas orientem as escolas na elaboração dos planos.

Os estados e municípios terão de firmar termo de adesão junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Serão atendidos prioritariamente aqueles com os piores índices. Mas a falta de recursos limitará a lista inicial a 5 mil escolas. A conclusão, igualmente lamentável, é que, até para tentar uma correção de rumo, a falta de verba é um problema. Mesmo em um setor crucial como a educação.

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