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A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro – e antes dela as que aconteceram em Niterói e em Santa Catarina – ressalta como o brasileiro é solidário, principalmente em momentos difíceis como esses. Mas o maior problema é que o governo e a legislação criam sérios entraves para que o cidadão possa doar sem que seja taxado por isso. Ou seja, existe no país quem precisa receber e quem quer doar, mas a estrada é tão tortuosa para se atingir esse objetivo, que os doadores acabam desistindo da boa ação. Prova disso é que o Brasil está muito abaixo da média mundial na arrecadação de recursos para filantropia. De acordo com matéria publica no jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira, o Brasil consegue canalizar apenas R$ 7 bilhões para essa função, o que mal representa 0,3% do PIB nacional. A média mundial é de 0,8% do PIB, e a latino-americana, de 0,4%. É por essa razão que várias ONGs e empresas que atuam com filantropia estão pedindo à presidente Dilma Rousseff um novo marco regulatório do setor, com maiores isenções fiscais e melhor seleção das entidades beneficiadas pelas doações. A proposta é interessante e precisa ser amplamente debatida pela sociedade civil, pois envolve tributações e gestão de recursos.

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