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editorial 2

Fome da FAO

O brasileiro José Graziano da Silva tomará posse no cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em janeiro de 2012, depois de eleito em um momento no qual a agência vem ganhando destaque na ONU, em função da alta recorde dos preços dos alimentos. É uma vitória para a diplomacia brasileira – mesmo com uma votação difícil, com 92 votos para Graziano e 88 para o espanhol Miguel Angel Moratinos – e parte dessa vitória deve-se aos programas de combate à miséria implantados pelo governo brasileiro. Porém a meta de Graziano na agência, de iniciar uma nova era para "acabar com a fome no mundo", encontra duas barreiras. Primeiro foi o próprio resultado da eleição, que demonstrou uma forte divisão entre os países da agência. Além disso, a FAO tem um orçamento que equivale à metade do que ele dispunha para implementar o Fome Zero, como ministro da Segurança Alimentar e do Combate à Fome do governo Lula, e a um terço do que o governo do Brasil destinou ao Bolsa Família só em 2010. Dessa forma, a erradicação da miséria mundial parece ser ainda um sonho, ao menos se depender da FAO.

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