O Brasil inteiro viu, anteontem, as imagens da praça de guerra em que se transformaram as imediações do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Policiais civis em greve que marchavam em direção ao palácio entraram em confronto com a Polícia Militar, resultando em dezenas de feridos. O direito de greve é garantido pela Constituição, embora possa ser questionável que policiais façam paralisação, pois assim deixam a população à mercê dos bandidos. Os policiais civis paulistas têm todo o direito de buscar melhores condições de trabalho e remuneração, mas isso deve ser feito com negociação, e não com conflitos como o de anteontem, com grevistas armados. Ressalte-se ainda o caráter político da manifestação, com a presença de centrais sindicais que apóiam o governo federal governo este que está às vésperas de perder a eleição municipal mais importante do país, uma eleição considerada ganha até há poucos meses. O momento e os personagens do conflito indicam que por trás das cenas lamentáveis está mais do que a reivindicação de uma categoria profissional.
Editorial 2
