O vírus da gripe suína detectado pela primeira vez no México, e que já causou a morte de pelo menos 150 pessoas naquele país, não pode mais ser contido. Já atingiu sete países e o número de infectados não para de aumentar, apesar dos esforços das autoridades sanitárias para conter esta ameaça de pandemia – uma doença epidêmica amplamente difundida. No Brasil, pelo menos 17 casos suspeitos de terem contraído a doença estão sendo monitorados pelo Ministério da Saúde.

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A rapidez com que este vírus mortal se dissemina, obrigando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a elevar o nível de alerta pandêmico dessa doença pouco conhecida para fase 4 (em uma escala que vai até 6), aumentou a apreensão dos governos nas últimas 48 horas. E os efeitos vão além do controle sanitário: no México as atividades escolares e comerciais foram interrompidas. No mundo todo a notícia afetou os mercados econômicos, derrubando as bolsas de valores nos pregões recente.

Há razões objetivas para tal alarme? O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a gripe suína "é causa de preocupação, não de alarme". A União Europeia deu início à organização de uma reunião de emergência e os países do bloco já reforçaram as precauções com voos procedentes do México. Numa reação menos tensa, a UE não deu instruções formais aos europeus, mas acentuou que vai discutir formas de prevenir a transmissão da doença no continente.

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No Brasil, como já fez outras vezes, o presidente Lula reagiu tentando minimizar o fato, ao ser indagado, no domingo, sobre a possibilidade de a doença se espalhar no Brasil. No entanto, ontem, diante do rápido aumento dos casos suspeitos no país, a reação do governo passou a ser mais enfática, dando a entender que o Ministério da Saúde estava colocando toda a sua estrutura para prevenir o avanço do vírus em território nacional.

Um país que ainda hoje enfrenta casos de malária, de esquistossomose e de doença de Chagas precisa mesmo dar toda a atenção às medidas preventivas.

A urbanização e a melhora da distribuição econômica não foram capazes de nos livrar desses males. A ameaça da febre amarela, surgida há pouco mais de dois anos, serve como exemplo desse drama. O Brasil possui a maior área endêmica de febre amarela silvestre do mundo, que atinge 12 unidades da federação, nas regiões Norte e Centro-Oeste). Os recentes casos de dengue também mostram o quanto ainda estamos longe da eficiência quanto à prevenção de epidemias. Agora, com a ameaça da gripe suína, é hora de agir.

No plano geopolítico, o Brasil não tem medido esforços para mostrar ao mundo que não é mais um país subdesenvolvido, mas uma nação que quer produzir riquezas e difundi-las entre seus cidadãos. É em momentos como este, em que o cuidado com a saúde é vital, que o país pode mostrar que de fato está deixando a era do atraso para trás.