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| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Em uma sociedade livre e organizada sob a liberdade política, liberdade econômica, direito de propriedade e direitos individuais, a economia em geral é o resultado das interações espontâneas no mercado sob um sistema competitivo de preços. É nesse sistema que pessoas, empresas e governos tomam suas decisões de investimento, financiamento, produção, emprego, renda, tributos e políticas públicas. A soma de todos os bens e serviços finais produzidos durante um ano compõe o Produto Interno Bruto (PIB). Nesse sentido, o bem-estar social e o nível médio de padrão de vida dependem do tamanho do PIB comparado com o tamanho da população.

Em um país pobre como o Brasil – em que o produto por habitante é pequeno e insuficiente para proporcionar um padrão de bem-estar elevado como já alcançado pelos países adiantados –, o desafio maior é fazer o PIB crescer mais que a taxa de crescimento da população. Como o país entrou em processo recessivo e o PIB caiu nos últimos três anos enquanto a população crescia, a necessidade de fazer o PIB crescer tornou-se mais urgente. Uma questão que vem tomando as reflexões dos pensadores econômicos nas últimas décadas é como a ação do governo e as políticas de Estado podem contribuir para o crescimento econômico e o desenvolvimento social.

Os indicadores mostram que o Brasil tem potencial de crescimento

Há limites quanto à capacidade do governo de empurrar o PIB para cima, mas é bastante grande sua capacidade de fazer o PIB cair. Quem faz o produto nacional são as pessoas e as empresas, e uma fração dele é repassada ao setor público para pagar os bens coletivos e os serviços públicos. O suporte da ação do governo é o tributo, que deriva diretamente do tamanho da produção. A melhor prova de que a queda do produto – muitas vezes em face de instabilidade política, déficit público, inflação e mau funcionamento do aparelho de Estado – se volta contra o próprio governo está na queda das receitas tributárias decorrente da queda do PIB, a exemplo do ocorrido nos últimos três anos.

Nesse cenário, alguns fatos oferecem boas notícias, seja em razão da ação do homem ou por ação de fatores fora do controle da sociedade e do governo. É o caso da safra agrícola brasileira de 2017, que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), baterá o recorde histórico e deverá ficar em torno de 220 milhões de toneladas de grãos. Esse desempenho se deve aos agentes econômicos, à tecnologia e às boas condições climáticas durante o ciclo operacional agrícola. Se os preços internacionais não caírem, o resultado monetário da safra – que vem da multiplicação das quantidades colhidas pelos preços de venda – dará maior vigor à economia e elevará a arrecadação de impostos pelo governo.

Outra boa notícia veio do investimento direto no país – recursos que vêm do exterior e são aplicados no setor produtivo da economia –, que atingiu US$ 11,5 bilhões em janeiro passado. Segundo o Banco Central (BC), é o maior valor para o mês desde o início da série histórica, em 1995. Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, declarou que esse valor expressivo teve influência das operações de privatização no setor elétrico e lembrou que o investimento estrangeiro é a melhor forma de financiar o déficit das contas externas do país, pois os recursos se incorporam à atividade produtiva e geram renda, emprego, impostos e lucros que, em parte, são reinvestidos aqui mesmo.

Esses indicadores positivos – como outros, destacados pela Gazeta do Povo em sua edição do fim de semana passado, a exemplo da inflação em queda – mostram que o Brasil tem potencial de crescimento. Mas é necessário que os governos e o aparelho estatal consertem seus problemas e façam sua parte.

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