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editorial

Informação fundamental

Nunca foi tão fácil ter informações sobre candidaturas como nas eleições deste ano. Dados sobre candidatos são divulgados em grande volume na internet todos os dias. Em especial, pretendentes a cargos em eleições majoritárias (para a Presidência, o Senado e o governo estadual) recebem ampla atenção dos meios de comunicação, enquanto postulantes a cadeiras nas votações proporcionais (para deputado estadual ou federal) recebem menos atenção da mídia. A dificuldade de se ter informações organizadas de todos os candidatos, em igualdade de condições, é um problema já conhecido e para o qual a Gazeta do Povo tem como recurso o Candibook 2014, que está no ar a partir de hoje.

É a terceira eleição em que a Gazeta desenvolve o Candibook. A ferramenta, disponível no site deste jornal, traz os perfis dos candidatos que concorrem aos cargos de deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República. Lá é possível encontrar informações sobre os políticos, desde as mais prosaicas, como a data de nascimento ou livro favorito, até as mais complexas, como o posicionamento político dos candidatos e reportagens em vídeo, nas quais eles explicam os motivos que os levaram a concorrer às eleições de outubro.

Todos os postulantes a cargos no Paraná foram convidados para serem entrevistados pela equipe do Candibook. Até o momento, pouco mais da metade dos candidatos já respondeu ao nosso convite. Durante as próximas semanas, a Gazeta prossegue no esforço de entrevistar os pretendentes a cargos públicos no Paraná, a fim de cumprir sua missão de informar bem o cidadão.

Conhecer bem os políticos, e escolher candidatos de forma consciente, é uma forma de prevenir futuros desmandos que podem continuar a abalar a imagem das instituições democráticas do país. Evitar que os maus elementos assumam cargos públicos é o primeiro passo para mudar o país. Por esse motivo, informação de qualidade, sem sombra de dúvidas, confere poder ao cidadão. O Candibook certamente vai facilitar o conhecimento do eleitor sobre os políticos que querem disputar voto nestas eleições, principalmente para a escolha de candidaturas nas eleições proporcionais – afinal, são 1.192 concorrentes para os cargos de deputado estadual e federal.

Além de conhecer o candidato, o eleitor terá à disposição no Candibook deste ano uma ferramenta que o ajudará a conhecer a si próprio: o Diagrama de Nolan consiste em um questionário com perguntas desenvolvidas pelo cientista político norte-americano David Nolan e cujas respostas indicam o posicionamento político de acordo com as opiniões sobre alguns temas como regulação da imprensa, cotas em concursos e ajuda financeira do governo a empresas. Todos os candidatos que já foram entrevistados pelo Candibook responderam ao questionário. O eleitor terá a chance de fazer o mesmo, e saber qual a sua tendência política – direita, esquerda, estatista, libertário ou centrista – e compará-la com a dos candidatos de seu interesse, além de descobrir que outros candidatos têm perfil semelhante ao do eleitor.

Em junho do ano passado, centenas de milhares de pessoas foram às ruas pedir mais ética na política e melhores serviços públicos. A insatisfação se fez presente, mas naquele momento se evitou discutir uma verdade para lá de inconveniente: são os cidadãos brasileiros que elegeram os políticos que dominam a vida pública nacional. Em um regime democrático, a melhoria na qualidade da representação começa na hora de votar, e fazê-lo sem buscar informação é meio caminho andado para permitir que se perpetuem as mazelas que levaram os brasileiros às ruas.

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