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A transformação de uma empresa em "sociedade por ações" e a venda de pedaços do seu capital para o público representam o melhor mecanismo de democratização da propriedade. Os milhões de investidores em ações ao redor do mundo são os sócios das companhias nas quais colocam o seu dinheiro e representam o melhor instrumento já encontrado pela humanidade para a mobilização de capital para a criação de empresas.

Porém, essas duas funções importantes para a economia (transformar milhões de pessoas em proprietárias e mobilizar capitais para criação de empresas) só podem ser cumpridas em função de um aspecto básico: a liquidez das ações. Ou seja, quem adquire ações de uma empresa somente o faz porque sabe que, a qualquer momento, é possível deixar de ser sócio daquela empresa e ter seu dinheiro de volta. Uma companhia, quando vende ações do seu capital, pega o dinheiro e aplica em ativos produtivos. Os acionistas que querem seu dinheiro de volta não vão buscá-lo na própria companhia. Eles procuram outras pessoas que desejam tornar-se acionistas daquela organização e revendem suas ações. É para isso que servem as bolsas: a compra e venda de ações.

São três os fatores que fazem o preço das ações de uma empresa subir ou descer: o desempenho da própria companhia, demonstrado nos seus lucros ou prejuízos; a situação econômica e política do país, que reflete as possibilidades de progresso da empresa; e o cenário político e econômico internacional, que indica maiores ou menores possibilidades de negócios. Qualquer turbulência pode levar milhões de pessoas a temerem pelo futuro e a desejarem ter seu dinheiro de volta, levando-as a venderem suas ações. É aí que entra um quarto fator: a lei da oferta e da procura. Com mais pessoas querendo vender do que pessoas querendo comprar ações das empresas, os preços dessas ações caem.

A queda das bolsas no mundo inteiro no fim do mês de julho é o resultado de indicadores ruins na economia, em especial nos Estados Unidos, e lembra lições importantes: a bolsa não é lugar para entrar sem saber do que se trata; investir em ações implica conhecer esse mercado, suas regras, suas vantagens e seus riscos; o mercado de ações não é recomendado para quem precisa do seu dinheiro em prazo definido, que pode chegar quando os preços das ações estão baixos; a bolsa não é lugar para se fazer aplicação com base em palpites, dicas e "achismos"; o mercado de ações não é recomendável para a pessoa conservadora, que prefere ganhar pouco e sempre; e, finalmente, a bolsa jamais deve ser usada para alguém aplicar dinheiro tomado em dívida.

Euforia e desalento de momentos bons e ruins não são bons conselheiros para a tomada de decisão sobre como aplicar seu dinheiro. Portanto, a recomendação é sempre estudar, informar-se, pedir orientação e investir com consciência. Milhões de pessoas investem quando há euforia, pagando preços altos, e revendem suas ações nas horas ruins, recebendo preços baixos. Trata-se de comportamento típico de quem age por impulso, coisa que não se recomenda a quem resolva entrar no mercado de ações.

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