Incapazes de admitir os erros e malfeitos que cometeram, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores partiram para mais uma etapa de sua estratégia de propaganda falsa e desinformação. Nos últimos dias, o país assistiu petistas fazerem um julgamento simbólico no Rio de Janeiro e a recorrerem a deputados democratas americanos e a órgãos internacionais para “denunciar” o que acreditam ser um golpe contra a democracia. Tudo, obviamente, contrário aos fatos, numa vã esperança de que mentiras ditas milhares de vezes possam chegar a ter aparência de verdade.
O mais recente episódio envolve Lula. O ex-presidente acaba de fazer uma denúncia ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra o Estado brasileiro, na tentativa de impedir o que julga ser “abuso de poder” do juiz Sergio Moro e dos procuradores que atuam na Operação Lava Jato. A julgar pelo momento – a Polícia Federal está fechando o cerco sobre o ex-presidente e suas suspeitas relações com empreiteiros investigados na operação – apelar apara a ONU pode até ser sinal de que Lula já não tem mais esperanças de escapar das garras da Justiça.
Contudo, observando os acontecimentos dos últimos dias, é possível dizer que o ex-presidente apenas seguiu o roteiro que vem sendo executado pelo PT. Os petistas têm dado trabalho ao Ministério das Relações Exteriores. Embaixadas em três países precisaram rebater a campanha de desinformação que PT e aliados vem orquestrando no exterior, a fim de fazer crer que o processo do impeachment foi um golpe contra a presidente afastada Dilma Rousseff.
Nos Estados Unidos, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado precisou enviar uma carta aos congressistas americanos, depois que um grupo de 33 deputados democratas, instado por sindicatos e organizações de direitos civis, assinou um documento, manifestando ao secretário de Estado John Kerry preocupação com os acontecimentos no Brasil e pedindo que a Casa Branca exigisse respeito à democracia no país. O embaixador demonstrou que são completamente equivocadas as declarações do grupo, coisa de quem não conhece os procedimentos previstos na Constituição brasileira.
Declarações semelhantes precisaram ser feitas pelas embaixadas da Costa Rica e da Bósnia e Herzegovina, para esclarecer governos e imprensa desses países que questionaram, ainda que sem conhecimento do sistema legal brasileiro, os procedimentos adotados.
Mesmo dentro do país o PT força copiosamente essa estratégia de tentar atingir os holofotes internacionais. Faz poucos dias, no Teatro do Rio de Janeiro, inventou um “tribunal internacional” composto por movimentos sociais vinculados ao partido, intelectuais e operadores do Direito, com o objetivo de denunciar violações à Constituição no processo do impeachment. É claro que se tratou de mais uma farsa, com o estrito objetivo de obter cobertura midiática para uma tese já desacreditada.
Dada a escalada global da estratégia petista, é possível que o corpo diplomático tenha de trabalhar em novas incursões para rebater a propaganda do lulopetismo e para esclarecer a legalidade do afastamento de Dilma, que tem respeitado todos os trâmites estabelecidos pela Constituição Federal, e cujo fundamento – a comprovada existência de crime responsabilidade – é expressamente previsto na carta. Já o PT, em vez de ficar repisando teses surreais, faria melhor em assumir os seus erros, para o quanto antes reformular o partido e poder seguir em frente. Do contrário, sairá do processo do impeachment e das investigações da Lava Jato completamente em descrédito.