Hoje, cerca de 18% da população de 15 a 17 anos não estuda. Ou seja, está sujeita ao subemprego e sabe-se lá. Dos 82% que vão à escola, 48% estão no ano adequado ou seja, não passaram pela repetência. E há outros 44% que deveriam estar no ensino médio, mas patinam no fundamental, sendo fortes candidatos a mandar tudo às favas, dada a exigência de ganhar uns trocados.
Cá entre nós: esse é ou não é um debate que deve chegar ao seu João da padaria, que emprega cinco meninas de 17 anos que ainda cursam a oitava série? É preciso que um educador encoste o umbigo nesse balcão e explique a coisa, em bom português e boa matemática.
Um dos argumentos mais fortes é de que o Brasil, para deixar de ser esse gigante adormecido, precisa que sua população tenha pelo menos 11 anos de estudo, e não esse míseros sete e uns quebrados que ostenta. Enquanto a moçada não der conta de permanecer em sala de aula, o quadro não muda. Tem chão pela frente. O abandono do ensino médio chegou a 12,7% em 2007, o dobro de 1998. E as notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (Ideb) para essa faixa ciscam em módicos 3,5, uma daquelas notas que fazem qualquer um beijar a lona. Nada a ver com os jovens. Que 2010 nos ajude a entender por quê.