Dados da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR) revelam que mais de 100 mil doentes de câncer ficarão sem tratamento radioterápico em 2010 porque não existem aparelhos suficientes no Brasil para a atender à demanda. Um dos principais motivos para o número reduzido dessas máquinas é a carga tributária, que chega a 47% do valor. E um aparelho de ponta não sai por menos de R$ 1,5 milhão. Outra razão para o problema é a morosidade do processo de importação, que pode levar até quatro meses. Depois que a máquina chega ao Brasil, ainda é necessária uma autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), que leva em média dois meses. A radioterapia é um dos principais elementos, combinada com a cirurgia, na cura do câncer. Mas, para que o tratamento seja eficaz, ele não pode ser interrompido. Caso contrário as chances de cura diminuem. Os pré-candidatos à Presidência da República já estão falando nessa desoneração fiscal. Esperamos que tal promessa não fique apenas no discurso.
Editorial 2