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editorial 2

Mortes no Sabará

Vila Sabará, um conjunto formado por oito comunidades com cerca de 20 mil moradores, na Cidade Industrial, vive dias de sobressalto em razão da execução a tiros de três jovens, crimes ocorridos em menos de um mês. Além dos mortos, três envolvidos nos conflitos resultaram feridos e outros seis estão jurados de morte. As hipóteses apontadas para os homicídios são o tráfico de drogas e as disputas entre gangues que lutam para dominar aquela região da periferia de Curitiba.

O caso da Vila Sabará mostra de forma clara que a capital paranaense, lamentavelmente, há muito deixou de ser aquela cidade que normalmente tomava conhecimento desse tipo de crime pelo noticiário dos jornais e das tevês. Bairros e vilas mais afastados acabaram se transformando em centros de distribuição de drogas sob domínio de grupos que acertam suas diferenças à bala, além de submeterem os moradores à lei do silêncio. Realidade que na verdade reflete uma situação que se generalizou pelo país e que depende de medidas enérgicas para tornar possível a sua reversão. Ações de caráter integrado entre os governos federal, dos estados e municípios se mostram como absolutamente vitais diante da realidade atual.

O mais dramático das mortes na Vila Sabará é a faixa etária das vítimas, 20, 16 e 15 anos, o que remete à constatação da necessidade urgente de políticas públicas voltadas para evitar que jovens nessa condição resvalem para a delinquência, que pode se constituir no trampolim para a vida sem futuro na criminalidade. Nem mesmo as escolas, como é o caso da Cândido Portinari, localizada no complexo Sabará, escapa à sanha da violência que apavora professores, pais e estudantes. Dois dos jovens assassinados, Maicon Willian, 16 anos, e Loredo Messias, 15, estudavam no local e na lista dos jurados de morte estariam relacionados outros alunos do estabelecimento.

Em estado de apreensão diante da escalada da violência, a população não apenas da Cidade Industrial, mas de toda Curitiba espera por providências. O governo do Paraná já antecipou que pretende priorizar o combate à criminalidade e, para tanto, anunciou a contratação de novos efetivos de policiais militares, de mais delegados de Polícia, além do reaparelhamento dos órgãos de segurança. É torcer que os resultados apareçam.

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