Cultura, esporte e lazer não figuram como prioridade nos fóruns populares que debatem o orçamento municipal. Nas sugestões colhidas, o papel da prefeitura permanece sendo o de tapar buracos (23% das propostas) e de pôr bandido para correr (20%). O esporte ocupa o sétimo lugar no ranking e a cultura fica para lá de Marrakesh nas décimas posições. Em outras instâncias, contudo, essas áreas deixam de ser o patinho-feio. Relatório dos conselhos tutelares de Curitiba mostra que 49,2% dos direitos violados, apontados pela população, relacionam-se à educação, cultura, esporte e lazer. A maior queixa é a de falta de vagas nas creches, mas os pais reclamam também o direito de ver os filhos brincarem na praça em segurança. A dúvida, entre ora ignorar a praça, ora reivindicá-la, aponta duas possibilidades: ou não se sabe a quem cabe garantir esse direito, ou há vergonha de pedi-lo vergonha provocada pelo sentido marginal a que ficou reduzido o espaço público.
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