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Editorial 2

Na medida

Tem faculdade fazendo das tripas coração para merecer esse nome. Algumas criaram aulas de reforço, amparando os alunos vindos de um ensino médio deficitário. Mas há uma leva que promete um mar de rosas, reproduzindo o mundo corporativo na sala de aula. E tragédia anunciada.

Até que se prove o contrário, a universidade nasceu para inserir o aluno na humanidade, e não para adestrá-lo como se fosse um cão farejador da Polícia Militar. Essa distorção se deve à correria com que se tirou o ensino superior do âmbar, dando corda para a rede privada.

Das 2.252 instituições de terceiro grau no país, 2.016 são particulares. Apenas 643 mil universitários estão abrigados na rede federal. Uns bons 3,5 milhões pagam alto para virar um número no dia da formatura. Nem sempre o são de fato. Quem é que vai pagar a conta?

Para gerir esse "contatos imediatos de terceiro grau" gasta-se muito dinheiro público, como alertou na imprensa, recentemente, o professor emérito da USP, José Arthur Giannotti. Verba é preciso, mas só vale gastar se for para bem da sociedade do conhecimento.

Do contrário, vigora um "taylorismo de beca", a lógica da fábrica. Mal não faria se o governo Lula agregasse algo mais a seu plano de reprodução desassistida do ensino superior. Que a qualidade não se meça só com provões, mas com a sedução do saber. Com ele, não há porcentagem que possa.

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