Hoje, ao se falar em "cidades inteligentes", de outra coisa não se trata do que a crença de que as cidades são o palco da sociedade do conhecimento. De problema sem tamanho tal como passaram a ser consideradas a partir de meados do século passado elas se tornaram espaços em que se desenvolvem a soluções para todos os grandes embates contemporâneos. Da desigualdade e pobreza, passando pela violência e pela salvaguarda do meio ambiente.
Ora, leva grande vantagem a população que em meio a esse despertar estiver apta a participar da conversa. Como esse debate não se resume às rodas de maledicência no Calçadão da Rua XV, embora também passe por ele, a vocação curitibana para a urbanidade pede para ser ampliada.
Mal não faria se as universidades locais incluíssem nos seus currículos uma cadeira de Urbanismo, criando um diferencial para o resto do país. O mesmo vale para as escolas do ensino fundamental e médio: a cidade pode ser o ponto de partida para qualquer capítulo do livro didático, para qualquer ditado, qualquer leitura em voz alta.
Erra quem pensa que apenas as metrópoles europeias podem se transformar em espaços pedagógicos, por estarem talhadas de museus, de igrejas seculares e de casarios de um passado muito distante. Uma faixa de rua, uma fachada de loja, uma praça qualquer pode ser o ponto de partida para qualquer embate.
A cidade é a medida de todas as coisas. Lição curitibana.