O sistema de saúde dos Estados Unidos entrou num beco de difícil saída. O governo oferece plano de assistência para as camadas mais pobres da população e as camadas de renda mais alta pagam planos privados de saúde. No meio desse sanduíche há perto de 50 milhões de norte-americanos sem qualquer cobertura, o que é uma ferida aberta no coração da justiça social da economia daquele país. A medicina privada e os altos custos dos serviços médicos dificultam qualquer saída que dependa de dinheiro público. Todavia, Obama prometeu que nenhum cidadão americano continuaria sem cobertura e, por isso, apresentou projeto para votação no parlamento, prevendo que o governo passará a cuidar do caso. Ocorre que a solução deve consumir pelo menos 1 trilhão de dólares dos cofres públicos em dez anos e, por isso, a aprovação da proposta está difícil. O Brasil deve ficar de olho no desenrolar do assunto nos Estados Unidos, pois, com o envelhecimento da população e a crescente demanda por serviços de saúde, a situação do SUS pode se agravar, sobretudo no momento em que a classe médica reclama dos baixos valores que o sistema paga pelos seus serviços.
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