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O novo relatório do grupo de cientistas que integra o Painel de Mudanças Climáticas, alertando para o agravamento dos problemas decorrentes do aquecimento global, deve levar medidas para conter o fenômeno. O documento a ser discutido na conferência do início de dezembro em Bali, Indonésia, poderá resultar em ações mais efetivas do que as previstas no Protocolo de Quioto – entre elas, a reorientação dos padrões de produção e consumo que tome em conta o equilíbrio do planeta.

O quarto relatório do Painel reunido na última semana na Espanha concluiu por evidências de que os perturbadores fenômenos do clima são conseqüência da ação humana e, por isso, cabe à humanidade buscar meios para sua correção. O fato de o grupo de especialistas das Nações Unidas ter sido destacado com o Prêmio Nobel da Paz neste ano – juntamente com o ex-vice-presidente americano Al Gore – confere autoridade às suas observações, mobilizando a opinião pública internacional para pressionar governantes em busca de resultados concretos na luta contra a mudança climática.

No estudo deste ano, o Painel Intergovernamental avaliou que a discreta redução da emissão de gases poluidores causadores do aquecimento anormal da atmosfera da Terra, obtida por algumas nações, tem sido mais que agravada pelo aumento do consumo de energia de fontes fósseis, o que pode desencadear fenômenos irreversíveis. Assim, grande parte do continente africano vai sofrer com a seca que reduzirá drasticamente a produção de alimentos; países situados no Sudeste Asiático enfrentam a ampliação do número de tufões devastadores como os que se abateram sobre o Vietnam e Bangladesh; e, no Brasil, a Amazônia pode ver sua densa floresta úmida recuar para uma savana de baixa altura, enquanto o Nordeste acabaria desertificado.

Numa advertência dramática durante a apresentação do documento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Mon – que acaba de fazer visita ao Brasil, quando sobrevoou a floresta tropical – alertou que "a Amazônia está sufocando, atingida pela mudança climática". De fato, os capítulos resumidos do relatório de avaliação científica elaborado pelo Painel confirmam a amplitude e as graves conseqüências do aquecimento global.

A temperatura média mundial está subindo até 1,1 grau em relação ao período anterior e, no limite, poderá se ampliar em até 6,4 graus antes de 2.100. O IPCC concluiu que, sendo a atividade humana produtora dos gases de efeito-estufa claramente a responsável por esse aumento da temperatura, cabem ações corretivas que implicarão mudança do estilo de vida adotado após a Revolução Industrial.

Nessa busca de alternativa, o Brasil é citado duplamente: primeiro, pelo esforço para consolidar o etanol – álcool de cana – como principal combustível de veículos leves; segundo, por possuir a melhor matriz de geração de energia renovável – a hidrelétrica. Usinas de menor porte, que causam menos efeitos secundários, são recomendadas em lugar de energia térmica a carvão, gás ou óleo – vantagem que precisamos aproveitar.

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