O que parecia tarefa impossível nas décadas de 60 e 70, tornou-se realidade completa, sacramentada ontem com a inauguração das últimas duas turbinas da usina hidrelétrica de Itaipu. Parecia algo irrealizável para os inevitáveis pessimistas de plantão, para quem o Brasil reúne todas as condições para se tornar uma grande nação, mas não tem competência para isso. Itaipu seria um projeto superdimensionado, fora de propósito também pela farta produção de energia sem ter clientes à espera.
Desde ontem, com a 19.ª e a 20.ª unidades geradoras, a usina alcança a potência instalada de 14 mil megawatts. Como ressalta Jorge Samek, diretor-geral brasileiro da binacional, a usina se consolida como pilar do sistema elétrico brasileiro. De fato. Responsável pelo fornecimento de 20% da energia consumida no país, virou peça-chave na equação do desenvolvimento.
Registre-se igualmente que a maior hidrelétrica do mundo, que teve origem em um tratado com o Paraguai, assinado há 33 anos, vai além da geração de energia. Sua administração também preserva o meio ambiente, age no campo social e promove o crescimento regional. Criou, inclusive, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), voltado a projetos de pesquisa para a geração de energia por meio da biomassa e do hidrogênio.
O Paraná pagou um alto preço pelo empreendimento. Além das Setes Quedas, em Guaíra, inundadas pela formação do lago da usina, perdeu boa fatia de terras agricultáveis com o surgimento da represa. Obteve, porém, uma compensação pagamento de royalties. Isso, e sempre é bom lembrar, graças a uma incansável campanha liderada pela Gazeta do Povo. No pagamento efetuado em dezembro passado, a Itaipu Binacional repassou mais US$ 9,85 milhões, desta vez cobrindo o mês de outubro. Desde que entrou em operação, em 1985, a hidrelétrica já pagou mais de US$ 2,97 bilhões em royalties, apenas para o lado brasileiro. Em 2005, o repasse chegava a U$ 70,66 milhões.
Na divisão do bolo, a maior parte fica no Paraná. Da última vez foram US$ 3,74 milhões para o governo do estado e US$ 3,71 milhões para os 15 municípios lindeiros, ou seja, aqueles que perderam áreas agricultáveis para o enchimento do grande lago de Itaipu. Já o Mato Grosso do Sul recebeu US$ 88,3 mil e US$ 52,9 mil vão para o município de Mundo Novo. Há mais beneficiados: o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério de Minas e Energia e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que receberam o equivalente a US$ 985,8 mil.
Ao comentar ontem o clima de otimismo na economia brasileira, em seu programa semanal de rádio, o presidente Lula disse que nada vai atrapalhar o crescimento do país.
Assim, para manter o crescimento da economia, é preciso seguir os passos de Itaipu, não apenas pelo seu colosso, mas pelos projetos e programas paralelos, além do exemplo de determinação e confiança no país e em sua gente.
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