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Editorial 2

O Nobel de Obama

A escolha do presidente norte-americano, Barack Obama, para o Nobel da Paz causou espanto em boa parte dos comentaristas. Especialmente pelo fato de ele estar há poucos meses no poder e ainda não ter uma lista longa de realizações a mos­­trar. Seria prematuro conceder-lhe a honraria, dizem. O próprio Obama se disse surpreso com o prêmio. E arriscou uma explicação. "Eu sei que, através da história, o Prêmio Nobel da Paz não tem sido usado somente para reconhecer conquistas específicas; ele também tem sido usado como meio de dar impulso a um conjunto de causas". Obama está certo. Não foram suas conquistas como presidente que lhe garantiram o prêmio. Foram seus ideais, expressos nos últimos dois anos, durante a campanha e os primeiros meses de governo, que cativaram o mundo, e os jurados do Nobel. Os esforços feitos pela ad­­ministração Obama ainda deram poucos frutos. Mas fizeram com que o clima internacional me­­lhorasse, permitindo uma aproximação da nação mais poderosa do mundo com antigos ini­­migos; reconquistando a admiração do mun­­do para a mais bem resolvida democracia do mundo; e fazendo com que os organismos multilaterais de negociação, solenemente ignorados pela administração Bush em diversas ocasiões, sejam fortalecidos novamente. Não é pouco para nove meses de Presidência. O que se espera, e o próprio porta-voz do Nobel deixou isso claro, é que os próximos anos mostrem esses ideais norteando conquistas concretas. Que assim seja.

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