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editorial 2

O novo partido

A criação do Partido Social Democrático (PSD), que tem como principal líder o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, parece ser uma articulação oportunista de políticos que não encontram espaço em suas atuais legendas, ou querem se livrar de partidos com pouca viabilidade eleitoral para seus projetos pessoais. Se assim for, será mais uma legenda, dentre muitas, que não nasce com o espírito democrático desejável para a origem de uma agremiação política, ou seja, fundado por um grupo imbuído de ideais, de propostas concretas, que têm a intenção de entrar na arena de disputa nos poderes Executivo e Legislativo.

Até o momento, os formadores do novo PSD – a sigla ainda pode passar por disputa, pois o PTB incorporou o antigo PSD – dizem defender a liberdade de imprensa, promoção da igualdade social, respeito aos cidadãos pagadores de impostos, reforma trabalhista, defesa do livre comércio. Ou seja, plataformasgenéricas e que são praticamente consensuais. Dizem que não são de direita, muito menos de esquerda, e sim independentes. Ou seja, alguma coisa indefinida. Não pretendem ser oposição ao governo federal, nem ficar tão distante do PSDB. Afinal, com que propósito será criado o novo partido?

Ao que tudo indica, para viabilizar o futuro eleitoral de seus integrantes. No caso de Kassab, a disputa pelo governo de São Paulo em 2014. Sem falar que o PSD pode ser usado para a troca de legenda por aqueles que não querem perder seus mandatos. A resolução do TSE sobre infidelidade partidária possui uma brecha, que é a justa causa e a criação, ou fusão de partido, é considerada uma das exceções.

O Brasil tem hoje 27 legendas partidárias. A simples quantidade de partidos não garante uma democracia. Regimes autoritários podem manter partidos e eleições. O que garante a democracia é a presença de partidos fortes de forma contínua, além de eleições livres e constantes, a abertura para contestação, entre outros elementos.

Partidos como o que está sendo criado podem prejudicar a nossa democracia. Temos visto, em cada ano eleitoral, dezenas de legendas inexpressivas que parecem existir somente para somar segundos no programa eleitoral de rádio e televisão. Não serão com atitudes oportunistas e fisiológicas que veremos o fortalecimento de nossa democracia.

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