O inchaço das cidades, em razão do crescimento desordenado, traz novos desafios e revigora outros tantos, enquanto reivindicações e projetos de reforma urbana são atropelados com o passar do tempo. É o caso do trânsito, que, inclusive em Curitiba, apresenta sinais de uma acelerada jornada rumo ao caos. Há obras em andamento, mas, certamente, quando concluídas pouco representarão como desafogo, tal a velocidade com que se multiplicam os problemas. Sistemas viários saturados necessitariam de uma reforma radicalmente profunda, o que se revela cada vez menos provável, pelos custos e a própria urgência de mudanças.
O trânsito especificamente o de motocicletas virou uma espécie de esfinge moderna, a insistir: decifra-me ou te devoro. Para ser ter uma idéia da ebulição viária, dados recentes reforçam os alertas.
A indústria brasileira de motocicletas fechou o primeiro semestre com crescimento acumulado de 23,1% na produção e de 25,8% nas vendas. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), a indústria produziu até junho 876.508 unidades ante 711.937 no mesmo mês do ano passado. De janeiro a junho as vendas no mercado interno foram de 790.486 unidades em comparação a 628.214 unidades vendidas no mesmo período do ano passado.
O aumento das vendas se deve às facilidades de crédito, à estabilidade econômica e ao emprego. Além dessa questão, há o próprio desenvolvimento de bons produtos e a utilização da motocicleta como meio de transporte. Embora não tenha registrado crescimento, o setor de bicicletas coloca o Brasil como o terceiro produtor mundial do setor. Em 2005 foram 5 milhões de unidades produzidas e vendidas. Em 2006 foram 4,5 milhões e a previsão este ano é alcançar o resultado de 2005, cerca de 5 milhões de unidades. Para a entidade, o setor de duas rodas vive um bom momento. Por um lado, há o que se comemorar, de fato, mas a consolidação do veículo como meio de transporte põe mais pressão sobre as providências quanto ao planejamento viário e a atualização do que dispomos hoje. Nos últimos oito anos, a frota existente na Região Norte do país cresceu 590%, na Região Nordeste 372%, na Região Centro-Oeste 280,3% e na Região Sudeste 191%.
O Paraná, segundo o Detran, conta hoje com 458.995 motocicletas e, o dramático, é que pela estimativa oficial, 20% delas estão em situação irregular, com multas e impostos atrasados e sem equipamentos obrigatórios.
A frota de motocicletas cresce a cada dia e eleva o número de acidentes. Em 2005, somente em Curitiba, morreram 34 motociclistas, um aumento de 36% em comparação a 2004. No estado, as ocorrências desse tipo sofreram uma elevação de 6,6%. Ou seja, 113 motociclistas mortos somente no primeiro semestre, contra 106 no mesmo período de 2004. A frota de motos, por sua vez, aumentou cerca de 15% no ano passado. Um xeque-mate cada vez mais visível.
Centrão não quer Bolsonaro, mas terá que negociar com ex-presidente por apoio em 2026
“Por enquanto, eu sou candidato”, diz Bolsonaro ao descartar Tarcísio para presidente
Ucrânia aceita proposta dos EUA de 30 dias de trégua na guerra. Ajuda militar é retomada
Frei Gilson: fenômeno das redes sociais virou alvo da esquerda; ouça o podcast