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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Brasil finalmente superou os anos de recessão e registrou desempenho positivo do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, depois de resultados negativos em 2015 e 2016, consequência da desastrosa Nova Matriz Econômica implantada na segunda metade do período em que o país foi governado pelo PT. O trabalho da atual equipe econômica mostrou resultado e o país cresceu 1% no ano passado – desempenho que ainda está longe de recuperar o estrago feito pelos governos anteriores: os números de 2017 colocaram o Brasil de volta ao patamar que tinha em 2011.

Os números oferecem análises para todos os gostos: quem prefere ver o copo meio cheio destacará os resultados trimestrais na comparação com o mesmo período de 2016, já que, de outubro a dezembro do ano passado, o PIB subiu 2,1% na comparação com o quatro trimestre do ano anterior, o que apontaria para uma aceleração na economia. Mas a comparação com o trimestre imediatamente anterior dá outra impressão, a de que o crescimento está desacelerando: se o primeiro trimestre de 2017 teve crescimento de 1,3% em comparação com o último trimestre de 2016, nos três meses finais do ano passado o crescimento foi de apenas 0,1% em relação ao período de julho a setembro de 2017.

O Brasil só tem a ganhar se der chance à liberdade

Com inflação baixa e juros em queda, há motivos suficientes para acreditar que o país continuará crescendo, mas a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fez, alguns dias atrás – antes, portanto, do anúncio dos números do PIB de 2017 – um alerta: o Brasil poderia crescer muito mais se adotasse uma pauta autenticamente reformista e que privilegiasse a livre iniciativa e o livre mercado. Sem essa agenda, nos próximos 15 anos o país “desperdiçará” 1,4 ponto porcentual por ano em crescimento – ou seja, cerca de 20% em uma década e meia – se deixar tudo como está. O Brasil não pode se dar ao luxo de perder oportunidades de crescer mais; por isso, as recomendações da OCDE não podem passar em branco.

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O maior ganho (8% em 15 anos) viria de uma inserção maior do Brasil no comércio internacional, especialmente abrindo seu mercado, com tarifas menores sobre produtos estrangeiros e a flexibilização de regras de conteúdo local que amarram a indústria nacional. Em seguida, vem a eliminação de barreiras ao empreendedorismo, como a redução da enorme burocracia que aflige o empresário – algo que todos os índices de liberdade econômica costumam ressaltar quando se trata do Brasil. As outras três frentes de batalha recomendadas pela OCDE são o combate à corrupção; o fortalecimento do mercado doméstico de crédito, com protagonismo do setor privado em empréstimos de longo prazo; e o aumento da eficiência do governo – que, como todos sabemos, gasta muito e gasta mal.

Ninguém que olhe essa lista de cinco prioridades dirá que há nela algo fora do comum, que ninguém havia imaginado antes – pelo contrário: todas as recomendações são bastante conhecidas de operadores do mercado financeiro, especialistas e formuladores de políticas públicas. É verdade que os impulsos nacionalistas, intervencionistas e ideológicos ainda resistem naqueles que, em nome de uma suposta “defesa do interesse nacional”, fecham a porta a produtos melhores e mais baratos vindos de fora; naqueles que não podem ver uma nova atividade empreendedora sem pensar em um meio de regulamentá-la (e, se possível, tributá-la também); e naqueles que enxergam o empresário como o vilão, praticamente um “inimigo do povo”. Eles existem e são influentes, estão na academia e nos Legislativos, alegando que protecionismos e reservas de mercado são o melhor para o Brasil, quando na verdade são o que mantém o país amarrado. Basta ver que não há nação próspera em que esses cinco itens citados pela OCDE não sejam colocados em prática. O Brasil só tem a ganhar se der chance à liberdade.

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