Não há assunto mais falado no mundo do que a crise financeira global. O pânico nas bolsas de valores, as perdas dos bancos, os efeitos sobre as finanças da empresas e das pessoas, tudo isso vem deixando a população em desespero. A crise é seria, sem dúvida alguma, e é preciso prestar atenção nela. Mas, da mesma forma que as crises anteriores, em algum momento essa crise será superada e a economia seguirá seu curso, talvez mais forte e menos vulnerável. Neste momento, é normal que os olhos do mundo se fixem nos dramas, nos problemas e nas dificuldades. Porém, ao lado das perdas, as crises geram oportunidades, e vale a pena um olhar de otimismo sobre as possibilidades de investimentos e de negócios.
A construção do progresso de qualquer povo depende primordialmente de educação, tecnologia, trabalho, poupança e investimento. Com a globalização e a perda da participação dos Estados Unidos no produto bruto mundial, mais países ascenderam à condição de importantes atores mundiais e se tornaram locais com grandes oportunidades de trabalho, de investimentos e de negócios. Não só os chamados países emergentes, em cujo cenário destacam-se Brasil, Rússia, Índia e China, mas, também, muitas nações européias do leste, nações africanas, asiáticas e do oriente surgem como importantes mercados a serem explorados.
Os empresários, os profissionais e o governo do Brasil têm a chance de, ao lado de combaterem a crise, começarem um movimento em busca de oportunidades e negócios nessas regiões do mundo. A exploração de novos mercados, a conquista de novos parceiros comerciais, a identificação de novos investidores e o estabelecimento de novos acordos bilaterais despontam como possibilidades para a economia brasileira. Ainda que não se colham expressivos frutos no momento presente, certamente as perspectivas são promissoras no futuro pós-crise.
Não se trata de adotar um otimista ingênuo, mas da certeza de que existe vida além da crise e que o mundo não acabará e humanidade continuará perseguindo os objetivos de integração econômica e redução da pobreza em nível global. As crises econômicas são o efeito de práticas equivocadas e de erros de funcionamento. Esta crise atual, sobretudo, tem origem na insanidade do mercado de crédito bancário imobiliário nos Estados e nas operações alavancadas dos chamados "derivativos". Mas o mundo deverá aprender com os erros e melhorar as regras financeiras e, quando a confiança for restabelecida, as oportunidades surgirão.
Os países que estiverem mais bem preparados serão os que mais se beneficiarão dos novos tempos. Mas os governos, as empresas e as pessoas que quiserem participar da onda de recuperação mundial em condições mais vantajosas devem começar agora a plantar as sementes do futuro. O Brasil está em boas condições relativas para negociar acordos e melhorar sua participação no comércio global.