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Uma verdade inconveniente em torno da inclusão é a postura dos próprios pais. Eles costumam temer que seu filho deficiente, aos quais, por via da circunstância, tendem a tratar como dependentes crônicos, vá sofrer ao enfrentar a escola regular. Vai, mas as evidências mostram que o incluído se desenvolve a passos largos, principalmente se aprende a lidar com mais essa adversidade.

Não é tudo: há mesmo um séquito de pais que duvidam da capacidade de seus filhos deficientes em aprender. Foi o que apontou recente pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social: 53% dos responsáveis simplesmente não matriculam seus filhos por não acreditarem que vale a pena.

Outro problema pouco contemplado nessa discussão é a cidade. Se o entorno da escola não aderir aos apelos da inclusão, nada feito. São notáveis os casos de instituições de ensino que se muniram de rampas, material didático especializado e professores preparados, mas que não venceram a barreira da calçada e do transporte que levariam o deficiente até seu destino.

Desse quadro, só se pode tirar uma lição. A inclusão vai ficar pela metade se a sociedade repetir seu brasileiríssimo cacoete de empurrar seus deveres para a escola, lavando as mãos. Se assim for, triste história. Que fique escrito.

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