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A expressão "revolução tecnológica" ganha sentido pleno no Irã de hoje. Depois que a suspeita de fraude eleitoral ganhou força e ultrapassou fronteiras, a censura dos aitolás ficou patente: universidades e colégios foram fechados, a imprensa – inclusive a estrangeira – foi censurada, as redes de telefonia saíram do ar e muitos serviços de internet foram bloqueados. Os fundamentais direitos de reunião e manifestação, que já não existiam em plenitude, foram suprimidos de vez. São os blogs e as redes sociais na web que estão garantindo a conexão daqueles que, com razão, duvidam da vitória obtida nas urnas por Mahmoud Ahmadinejad, o representante dos aiatolás. A violência nas ruas não parece intimidar os seguidores de Hossein Mousavi. Apoiados por gente do mundo todo, eles estão tirando máximo proveito da maleabilidade característica dos novas ferramentas da internet, como o Twitter, o mais popular dos microblogs. Os recursos modernos, tão associados ao individualismo, mostram uma outra face: fazem ressurgir conceitos que andavam esquecidos, mas que há séculos são apontados como ingredientes fundamentais da receita para a democracia: une as pessoas e desperta nelas o interesse pelas causas coletivas.

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