Ditadores e democratas de fachada, que fazem do populismo a sua arma política preferida, têm na imprensa o inimigo preferencial. Encaixam-se na condição de inimigo, bem entendido, aqueles veículos de comunicação que não compactuam com as arbitrariedades e desmandos habitualmente cometidos por esses governantes. Contra a imprensa livre, é bom que se diga, vem crescendo em todo o mundo as pressões que objetivam restringir a faculdade de informar com liberdade e isenção. O mais recente atentado cometido contra esse direito vêm do Equador, onde o presidente Rafael Correa, seguidor dos métodos truculentos do bolivariano Hugo Chávez, conseguiu que a Justiça equatoriana condenasse jornalistas do periódico El Universo a três anos de detenção e ao pagamento da absurda multa de US$ 40 milhões. O pecado cometido pelos periodistas para receberem tão pesada pena foi denunciar uma série de abusos cometidos por Correa, um presidente que busca se perpetuar no poder à custa de mudanças na Constituição. Lamentável também no episódio a submissão do Judiciário do Equador à vontade presidencial, mostrando cabalmente que o princípio constitucional da independência dos poderes não vale para a "democracia" equatoriana.
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